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O que é a infusão na medicina? Saiba aqui!

A infusão na medicina, basicamente, consiste na administração de fluidos, como nutrientes e medicamentos, diretamente em uma veia, por meio de uma agulha ou cateter esterilizado. Muitas vezes, quando um paciente fica doente a ponto de não conseguir tomar um remédio via oral, o medicamento é introduzido no corpo por meio da infusão.

Além disso, alguns medicamentos não podem ser engolidos, uma vez que os ácidos estomacais irão destruí-los, o que os tornam ineficazes para tratar uma determinada doença. Ou seja, para algumas condições, a infusão é a única maneira adequada de administrar uma medicação e realizar um tratamento bem-sucedido.

Neste artigo, vamos falar mais sobre o que é e como funciona o trabalho de infusão na medicina e explicar o porquê de tal técnica, em muitos casos, conseguir resultados melhores do que tratamentos mais convencionais. Acompanhe a seguir:

Como surgiu a infusão na medicina?

Desde o século XVI, quando foi descoberta a corrente sanguínea, já se sabia que fluidos poderiam ser injetados em uma veia para tratar determinadas doenças. No entanto, devido à falta de higiene e de conhecimento científico mais aprofundado, a técnica tinha, então, pouco sucesso.

Foi somente durante o período das guerras mundiais que a infusão na medicina começou a se tornar, de fato, uma terapia eficaz. O maior avanço em termos de medicamentos, equipamentos e procedimentos aconteceu a partir da década de 1970.

Os cateteres flexíveis de curta ou longa permanência são exemplos do avanço da tecnologia na medicina. Entre as vantagens deste instrumento, podemos destacar a facilidade da administração do medicamento, o baixo risco de infiltração, a fácil fixação e a total mobilidade do paciente durante a infusão.

Esses avanços são o resultado de diversos estudos em áreas diversas, tais como anatomia, fisiologia, microbiologia, química, medicina, enfermaria, farmacêutica, engenharia, entre outras que estão desenvolvendo esse ramo de conhecimento.

Hoje em dia, receber fluidos por via intravenosa é uma terapia estabelecida, um recurso comum para aliviar muitas condições. A técnica permite fornecer fluidos em volumes muito pequenos e em taxas precisamente programadas ou em intervalos automatizados.

Quem está popularizando a técnica de infusão na medicina?

Os benefícios e a ampla aceitação de médicos e pacientes têm feito da infusão algo popular, o que gerou grandes mudanças, evoluções e adaptações para tornar o procedimento cada vez mais seguro e eficiente.

Dessa forma, a infusão, que antes era utilizada exclusivamente em hospitais, agora tem sido administrada em clínicas privadas pelo país, é claro, atendendo às rígidas normas e aos regulamentos estabelecidos pelos conselhos de medicina, pelas seguradoras e por legislações governamentais.

O serviço em clínicas atende uma ampla gama de diagnósticos, abrangendo tanto transtornos crônicos quanto agudos. O processo de infusão é tão tranquilo e seguro atualmente que o paciente, durante o procedimento, pode até mesmo comer ou fazer outras atividades, como ler, assistir à TV ou ficar ao celular.

Vale ressaltar que, apesar de sua popularidade, muitas drogas de infusão são consideradas medicamentos especiais e, por isso, requerem certos cuidados. Muitos desses medicamentos demandam protocolos e experiência no manejo relacionado à hipersensibilidade ou às reações anafiláticas. Portanto, a técnica só pode ser realizada por clínicas especializadas.

Geralmente, a técnica de infusão necessita de procedimentos de gestão específicos, que incluem não apenas a distribuição do produto, como também o gerenciamento da administração da terapia. Além disso, boa parte desses medicamentos apresenta um valor elevado, o que requer cuidados extras para garantir que eles sejam adequadamente manuseados e administrados, evitando-se o uso indevido.

Não confunda a infusão na medicina com a infusão na culinária

É importante também fazermos essa distinção, já que é possível que o termo infusão lhe seja familiar no que diz respeito a bebidas – como chás e café. De fato, fazendo uma pesquisa rápida pela palavra nos buscadores da internet, os primeiros resultados que aparecem abrangem esse tipo de conteúdo.

Na verdade, o termo é utilizado em diferentes contextos. A infusão feita por meio da imersão de folhas, raízes, sementes ou ervas na água não tem relação propriamente dita com a infusão na medicina que, como vimos, consiste na administração de medicamentos intravenosos ou subcutâneos em pacientes para obter melhores resultados em seus tratamentos de saúde.

Quais são os principais remédios e tratamentos ministrados por meio da infusão?

Cada vez mais as equipes médicas utilizam a terapia intravenosa para tratamentos mais complexos. A infusão na medicina é frequentemente utilizada devido ao controle que ela proporciona sobre a dosagem. Por exemplo, em determinadas situações, um paciente precisa receber medicação rapidamente. Isso inclui emergências, como um ataque cardíaco, derrame ou envenenamento.

Nesses casos, ao tomar um remédio oral, é normal que demore um tempo até que a droga chegue ao sangue. Com a infusão, é possível injetar rapidamente um medicamento diretamente na corrente sanguínea.

Existem, ainda, casos nos quais os medicamentos precisam ser administrados lentamente, porém, de modo constante. A infusão também pode ser uma maneira controlada de administrar drogas ao longo do tempo. O processo pode ser controlado por gotejamento via gravidade ou por uma bomba de infusão.

Geralmente, o uso mais comum da terapia de infusão é tratar a desidratação por meio de um gotejamento intravenoso de um saco contendo água, sal dissolvido e eletrólitos. Outros usos da terapia de infusão incluem a administração de antibióticos, vitaminas, medicamentos antivirais e antifúngicos para condições não crônicas.

Para as condições consideradas crônicas, por sua vez, a infusão é utilizada para tratar cânceres, insuficiência cardíaca congestiva, doença de Crohn, hemofilia, deficiências imunológicas, esclerose múltipla, artrite reumatóide, entre outros casos.

Abaixo seguem alguns exemplos de medicamentos comumente administrados por meio de infusão:

  • Omalizumabe (Xolair®): para asma e urticária crônica espontânea (UCE).
  • Dupilumab (Dupixent®): para dermatite atópica.
  • Mepolizumab (Nucala®): para asma.
  • Infliximabe (Remicade®): para artrite reumatóide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, psoríase em placa, doença de Crohn e colite ou retocolite ulcerativa.
  • Adalimumabe (Humira®): para artrite reumatóide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante, doença de Crohn e psoríase.
  • Certolizumabe Pegol (Cimzia®): para doença de Crohn, artrite reumatóide, artrite psoriásica, espondiloartrite axial e espondilite anquilosante (EA).
  • Abatacepte (Orencia®): para artrite reumatóide (AR) moderada a grave e artrite idiopática juvenil (AIJ).
  • Rituximabe (MabThera®): para linfoma não Hodgkin, artrite reumatóide, leucemia linfoide crônica, granulomatose com poliangiite e poliangiite microscópica. 
  • Ácido Zoledrônico (Aclasta®, Blaztere® e Zometa): para metástases ósseas e prevenção da perda óssea decorrente do tratamento antineoplásico à base de hormônios em pacientes com câncer de próstata ou câncer de mama.
  • Densis: para osteoporose em mulheres na pós-menopausa e para estimular o aumento da densidade óssea.
  • Denosumabe (Prolia®, Xgeva®): para osteoporose pós-menopáusica, perda óssea em pacientes submetidos à ablação hormonal contra câncer e osteoporose masculina.
  • Ibandronato de sódio (Bonviva®): para o tratamento da osteoporose.
  • Ferro injetável (Noripurum®, Ferinject®): para anemias ferropênicas graves.
  • Canaquinumabe (Ilaris®): para a síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose tumoral (TRAPS) e a síndrome da hiperimunoglobulinemia D.
  • HIDS: para deficiência da mevalonato quinase (MKD) e febre familiar do mediterrâneo (FMF).
  • Belimumabe (Benlysta®): para lúpus eritematoso sistêmico (LES) ativo.

Quais são os tipos de infusão existentes em relação ao tempo de administração do medicamento?

Dependendo do caso, a infusão medicamentosa irá variar em termos de tempo de administração, sendo:

  • Infusão em bolus: aplicação do medicamento diretamente na veia do paciente em um tempo menor ou igual a um minuto.
  • Infusão rápida: aplicação do medicamento em tempo que varia entre um e trinta minutos.
  • Infusão lenta: aplicação do medicamento em intervalo entre trinta e sessenta minutos.
  • Infusão contínua: aplicação do medicamento em tempo superior a sessenta minutos e sem interrupções.
  • Infusão intermitente: aplicação do medicamento em período superior a sessenta minutos, no entanto, apresentando interrupções.

A opção por determinado tipo será feita pelo médico responsável, levando em consideração o perfil do paciente, seu quadro de saúde e suas necessidades de tratamento.

Como é composta a equipe que trabalha com infusão na medicina?

Normalmente, o corpo clínico é composto tendo a multidisciplinaridade como um de seus princípios. Isso quer dizer que o paciente contará com profissionais da medicina, da farmácia e da enfermagem, por exemplo, para administrarem um tratamento eficiente, humanizado e integral, estando prontos para fornecerem o acolhimento e a expertise que o paciente demanda em seu tratamento.

Essa equipe estará devidamente preparada para recomendar e administrar o método de infusão sempre que for pertinente e benéfico ao paciente, embasados em uma avaliação criteriosa, levando em conta questões relacionadas à desidratação, aos riscos potenciais e às vantagens da infusão, além da disposição do paciente e/ou do familiar quanto à adesão a esse tipo de terapia.

Em casos especiais onde pacientes possuem cateteres, bastante comuns em casos de câncer, é comum alertar ao paciente sobre a limpeza do canal, conhecida como heparinização. Esse procedimento é importante para que o processo de infusão ocorra de forma tranquila e eficaz, evitando que o canal fique obstruído com o material medicamentoso.

O corpo médico geralmente administrará, antes da infusão, antialérgicos a fim de agir preventivamente contra as chamadas reações infusionais. Ainda, verificará condições como a temperatura e a pressão arterial do paciente – isso porque, e é importante ressaltar, não é recomendado realizar o processo de infusão de medicamentos durante processos infecciosos, tais como gripe ou resfriado forte, por exemplo.

Por que a infusão consegue gerar resultados melhores?

A terapia de infusão registrou um crescimento significativo nos últimos anos, com mais medicamentos oferecidos por meio intravenoso e mais pessoas aproveitando essa opção de tratamento. Atualmente, muitas condições podem ser tratadas com a terapia de infusão.

A terapia de infusão é empregada principalmente para tratar infecções graves ou crônicas que não respondem a antibióticos orais, por exemplo. Cancros, doenças do trato gastrointestinal, desidratação causada por náuseas, vômitos, diarreias, entre outros diagnósticos graves, como a doença de Crohn, são alguns exemplos.

Doenças como esclerose múltipla, algumas formas de artrite, insuficiência cardíaca congestiva e distúrbios da imunodeficiência também apresentam uma melhor resposta a medicamentos intravenosos.

A técnica é também utilizada para soluções irritantes, que podem causar dor e até mesmo danificar os tecidos, se administradas por injeção subcutânea ou intramuscular, por exemplo.

Além disso, quanto mais tempo o paciente ficar em um hospital, maior é o risco de infecção hospitalar. Esse é um grande problema, principalmente, para aqueles que têm um sistema imunológico comprometido. Nesse contexto, a infusão permite que os pacientes recebam uma terapia que reduz o tempo e os danos associados à hospitalização.

Ainda, sua efetividade também se dá em razão de que, nesse método, o transporte dos fluidos e dos fármacos acontece por perfusão, difusão, pressão hidrostática e pressão osmótica. Sendo assim, o tecido subcutâneo do paciente é bastante vascularizado, o que contribui para uma boa absorção dos medicamentos, que passam por meio dos espaços entre as células da parede dos capilares e são absorvidas pela corrente circulatória e drenagem linfática sem maiores dificuldades.

Outra vantagem que demonstra a importância do método está relacionada ao tratamento de doenças como o câncer. De acordo com pesquisa publicada na Revista Mineira de Enfermagem, cerca de 50% dos pacientes de tratamentos quimioterápicos sofrem com problemas como náuseas e vômitos. E tais sintomas podem ser agravados pela administração de medicamentos via oral ou mesmo favorecer o surgimento de uma intolerância à ingestão do remédio. Nesse contexto, o tratamento por meio da infusão pode apresentar benefícios bastante consistentes ao paciente.

Por fim, a possibilidade e praticidade para administração e continuidade do tratamento no conforto do lar também é um dos argumentos que têm feito o método crescer em adesão e em preferência nos casos aos quais se aplica. E o fato de não ser necessária uma preparação, como a realização de jejum, por exemplo, antes de se realizar a infusão e de que após o procedimento o paciente poderá realizar suas atividades normalmente também são pontos favoráveis ao procedimento.

Por tudo isso, a infusão na medicina continuará sendo por muito tempo uma importante forma de tratamento para várias doenças. Com a evolução da tecnologia e dos serviços de enfermagem especializados, é possível melhorar cada vez mais a prática médica e a saúde dos pacientes.

Tendência da medicina: tratamento imunobiológico por meio da infusão

Os avanços em termos de tratamentos imunobiológicos é um dos pilares do presente e do futuro da medicina. Essa é uma forma bastante eficiente e moderna de se lidar com as doenças autoimunes. Vem sendo bastante utilizada desde 1998 por conta dos avanços da engenharia genética, pois simulam os efeitos das mesmas substâncias fabricadas pelo sistema imunológico, atuando diretamente na causa de uma inflamação.

Isso ocorre em razão de os medicamentos imunobiológicos serem feitos a partir de células vivas derivadas de anticorpos humanos ou de origem animal, ao contrário dos remédios tradicionais que são produzidos via síntese química – e é aí onde entram os esforços de laboratórios de engenharia genética. 

Por isso, são capazes de melhorar os sintomas e as manifestações crônicas de patologias nas quais nosso sistema imunológico esteja desorientado e, consequentemente, esteja atacando o próprio organismo ao invés de o proteger. Ainda, eles favorecem melhor qualidade de vida do paciente que precisa conviver com esse tipo de enfermidade.

E em um contexto no qual as doenças autoimunes já atingem entre 5 e 7% da população, conforme levantamento da Federação Médica Brasileira, e representam a terceira principal razão de morbidade e mortalidade. Por conta disso, essa inovação mostra-se ainda mais relevante e oportuna. 

O tratamento por infusão na medicina se mostrou eficaz baseado em diversas pesquisas envolvendo clínicas e pacientes do mundo todo, com processos de acompanhamento de longo prazo presentes em meio aos estudos.

Vale destacar que a administração desses recursos se dá, basicamente, por via endovenosa ou subcutânea, reforçando a importância que a infusão exerce hoje e que exercerá cada vez mais no futuro.

Entre os modos de utilização das infusões para esse fim, estão:

  • Terapia imunoestimulante: utilização de substâncias que melhoram a atividade do sistema imunobiológico do paciente.
  • Terapia de imunoglobulinas: por meio dela, se faz a transferência de anticorpos (imunoglobulinas, Ig).
  • Terapia de anticorpos monoclonais: se dá via administração de proteínas específicas que auxiliam o sistema imunológico a combater determinado tipo de enfermidade.

Por tudo isso, essa solução tem sido vista como revolucionária e uma das grandes apostas dos corpos médicos e esperanças para os pacientes. Hoje em dia, boa parte desses medicamentos é destinada ao tratamento oncológico, de artrite reumatóide, além de outras enfermidades autoimunes. No entanto, há diversos medicamentos em processo de aprovação e a tendência é de que eles, no futuro, abranjam mais patologias.

E você, já conhecia a infusão na medicina? Ficou com alguma dúvida ou precisa de um esclarecimento maior em relação aos medicamentos? Deixe seus comentários logo abaixo!

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