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Intolerância alimentar: conheça quais são as mais comuns

Intolerância alimentar

A maior carga recebida pelo nosso sistema imunológico vem da alimentação. Para se ter uma ideia, ao longo da vida, nosso corpo processa em média 25 toneladas de alimentos. Sendo assim, ao ingeri-los, diversas condições podem ser desencadeadas e uma delas é a chamada intolerância alimentar.

Em linhas gerais, a intolerância alimentar acontece quando o organismo não possui enzimas capazes de absorver, digerir e assimilar total ou parcialmente determinados alimentos. Quando isso acontece, o componente permanece no organismo acumulado no estômago, o que contribui para a saturação da substância e resulta em diversos sintomas indesejáveis relacionados a essa condição.

Neste artigo, falaremos mais sobre as intolerâncias alimentares mais comuns, os principais alimentos que estimulam seus sintomas, formas de diagnósticos e atitudes recomendadas para tratamentos e prevenção. Acompanhe a seguir!

Alergia alimentar x intolerância alimentar: qual a diferença?

É comum que se entenda a alergia a determinados alimentos e a intolerância alimentar como sinônimos. No entanto, tratam-se de duas condições diferentes.

Basicamente, o que difere a alergia alimentar da intolerância é que, no primeiro caso, trata-se de uma reação imunológica medida por IgE, que ocorre geralmente após a ingestão imediata do alimento. Já a intolerância, pode ser medida pelo IgG (embora haja outros fatores causadores) e seus sintomas podem demorar até alguns dias para aparecerem.

Desse modo, a reação do organismo às duas condições é diferente. Na intolerância alimentar, registra-se dificuldade na digestão, o que acarreta diversos sintomas gastrointestinais, por exemplo. Por sua vez, na alergia alimentar nosso sistema apresenta uma resposta imunológica ao consumo do alimento, levando nosso organismo a criar anticorpos – agindo, assim, como se o alimento fosse um agente agressor.

Por isso, na alergia, os sintomas e as reações tendem a ser mais céleres do que no caso da intolerância alimentar e também mais graves, podendo, inclusive, apresentar risco de morte – diferentemente da intolerância. De fato, para o portador de alergia a alimentos, tocar, inalar ou ingerir mesmo uma quantidade microscópica de uma substância alérgena pode ser fatal.

Ainda, como veremos a seguir, a intolerância pode se manifestar em qualquer organismo, sendo assim mais comum e frequente; já a alergia alimentar apresenta entre seus desencadeadores um caráter hereditário, atingindo comumente diversos membros de uma mesma família, por isso, é uma condição mais rara do que a intolerância – atingindo cerca de 5% dos indivíduos adultos, conforme dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Quem pode apresentar quadro de intolerância a alimentos?

O quadro de intolerância alimentar pode ser desenvolvido por qualquer pessoa, independentemente de seu histórico familiar. Essa condição pode manifestar-se em qualquer fase da vida. No entanto, sua incidência torna-se maior conforme vamos envelhecendo, visto que, ao longo dos anos, a digestão tende a ficar mais lenta e nosso sistema produz menor número das enzimas que são demandadas para a decomposição dos alimentos.

Desse modo, para apresentar intolerância alimentar, o indivíduo desenvolve uma desordem metabólica gerada pela carência de uma enzima envolvida no processamento parcial ou integral de determinado componente alimentar. Ainda, a condição pode ser estimulada por modificações no nível de pH do estômago, por patologia ou sub funcionalidade vesicular, mudanças de permeabilidade em nível da mucosa intestinal, por adulterações da flora intestinal, entre outros fatores.

Situações que apresentem uma mudança súbita e expressiva de dieta e hábitos alimentares, como sair de uma rotina mais equilibrada para adotar outra mais industrializada, podem estimular também o surgimento da intolerância a algum alimento.

dados que indicam que cerca de 40% da população apresenta alguma intolerância alimentar. Esse percentual elevado é justificado por questões como o estilo de vida contemporâneo com queda em níveis de qualidade de vida e aumento dos níveis de estresse, consumo excessivo de alimentos processados, industrializados e geneticamente modificados e, também, ao aperfeiçoamento das metodologias e tecnologias de diagnóstico – há alguns anos, muita gente era portadora dessa condição, mas não tinha o diagnóstico correto.

Intolerância alimentar: quais são as mais comuns?

Entre as intolerâncias a alimentos de maior incidência, podemos destacar:

  • Intolerância à lactose: lactose é o açúcar encontrado no leite e em seus derivados. Pessoas intolerantes apresentam uma desordem metabólica e não conseguem decompor esse componente devido à carência ou à falta parcial de lactase, enzima responsável por digeri-la. Estima-se que cerca de 35% da população brasileira hoje tenha intolerância à lactose.
  • Intolerância ao glúten: os sintomas apresentados pela intolerância ao glúten são semelhantes àqueles associados à doença celíaca. Porém, nesse caso, exames de sangue não deverão revelar nenhuma anormalidade relacionada à doença e não haverá sinais de danos ao intestino – por isso, a intolerância ao glúten também é chamada de sensibilidade ao glúten não celíaca. De acordo com dados do site especializado Medical News Today, cerca de 2 milhões de brasileiros são atingidos por ano por esse tipo de intolerância – sobretudo as pessoas acima dos 20 anos.
  • Intolerância à frutose: é conhecido como frutose o açúcar presente nas frutas, em alguns legumes e também no mel. Assim como acontece nas demais, o sistema digestivo não é capaz de decompor a frutose e de absorvê-la corretamente. Pesquisadores do Hospital e Centro de Saúde da Mary Bridge, em Tacoma, Washington, descobriram que a intolerância à frutose é comum em crianças com dor abdominal recorrente ou funcional.
  • Intolerância à sacarose: a sacarose refere-se ao açúcar de mesa comum. Assim como outras formas de intolerância a nutrientes, como intolerância à lactose, a intolerância à sacarose é a incapacidade ou capacidade reduzida de nosso organismo em digerir a sacarose. As enzimas digestivas, sacarase e isomaltase, são responsáveis pela digestão de certos açúcares. A intolerância à sacarose deriva da ausência ou redução dos níveis dessas duas enzimas, resultando em uma ruptura do processo digestivo e em desconforto gastrointestinal após a ingestão de alimentos contendo a substância.
  • Intolerância ao milho: assim como o glúten, o milho está presente em uma infinidade de produtos – como condimentos, massas e afins. Acontece que as proteínas do milho podem irritar o trato gastrointestinal, causando sintomas desconfortáveis. Vale ressaltar que o milho é um dos mais comuns alimentos geneticamente modificados, elemento que está relacionado como um dos potenciais gatilhos para as alergias alimentares.
  • Intolerância à levedura: esse fermento pode levar pessoas com sensibilidade a ele a desenvolverem uma intolerância. E essa situação mostra-se delicada, visto que qualquer tipo de alimento ou mesmo bebida submetidos a processo de fermentação apresentarão levedura – incluindo pães, bolos, molhos, carnes processadas e curadas, frutas secas, sucos de frutas processados, condimentos, determinadas bebidas alcoólicas, entre tantos outros exemplos.

Principais alimentos que geram intolerância

O quadro de intolerância alimentar pode ser caracterizado por intolerância a uma série de alimentos. 

Em um estudo britânico com mais de 10.000 pacientes, os alimentos mais comumente associados a intolerâncias alimentares foram chocolate, aditivos alimentares, frutas cítricas, peixe, moluscos, leite, queijo, ovos e nozes.

A seguir, confira uma relação dos alimentos frequentemente relacionados a esse tipo de intolerância.

  • Trigo, aveia, cevada e centeio: o glúten presente nesses alimentos pode causar problemas a pessoas com doença celíaca.
  • Alimentos de origem animal: tais como leite e derivados, ovo, bacalhau, marisco, arenque, camarão e carne bovina. É importante saber que os frutos do mar, quando estragados, apresentam altos teores de histamina (que causa reação alérgica intensa), mesmo antes que haja alteração no sabor.
  • Alimentos de origem vegetal: como, por exemplo, tomate, espinafre, banana, nozes, couve, morango, entre outros.
  • Refrigerante à base de cola e chocolate: a sensibilidade a esses produtos é facilmente identificada.
  • Castanha e amendoim: as aflatoxinas presentes nesses alimentos podem causar problemas acentuados aos intolerantes a eles.
  • Aditivos alimentares: alguns tipos de conservantes, aromatizantes, realçadores de sabor e corantes podem causar intolerância de forma mais frequente.

Percebe-se que os alimentos presentes nesta lista fazem parte da dieta comum em um estilo de vida contemporâneo, o que reforça a questão de que os hábitos modernos da população são grandes causadores destas intolerância.

Principais sintomas característicos de quadros de intolerância alimentar

De modo geral, os sintomas da intolerância alimentar podem se manifestar alguns minutos ou até 72 horas depois de se ingerir o alimento e podem variar de intensidade conforme a frequência e a quantidade do elemento não tolerado consumido.

Os sintomas de um quadro de intolerância alimentar podem sofrer variação conforme o caso e o perfil do paciente, sendo que os gastrointestinais são os preponderantes. Há mais de cem sintomas que podem manifestar-se no curto prazo. No entanto, de modo geral, apresentam-se:

  • Problemas digestivos: tais como diarreia, dor de estômago e cólicas, refluxo gástrico, inchaço abdominal e sensação de estufamento, vômito, gases e constipação.
  • Cansaço: fraqueza, tontura, apatia, fadiga e outros sintomas podem surgir, principalmente, devido aos problemas digestivos.
  • Dor muscular: dores nas costas e na região da barriga são as mais comuns. Outros problemas como reumatismo, artrite, artrose e fibromialgia podem aparecer.
  • Dor de cabeça: distúrbios neurológicos como enxaqueca, dores de cabeça, vertigem e outros também são comuns em pessoas que apresentam intolerância alimentar.
  • Problemas de pele: tais como erupções cutâneas, urticária, coceira, eczema, psoríase e outras condições de pele.

Cabe ressaltar que esses sintomas também podem ser apresentados por outros problemas, tais como síndrome do intestino irritável, estresse e transtorno de ansiedade, doença inflamatória intestinal e, como vimos, a alergia alimentar. Por isso, o autodiagnóstico pode mostrar-se equivocado – sempre procure um médico que irá avaliar como seus sintomas relacionam-se com outros elementos impactantes e que poderá solicitar exames complementares para detectar com precisão seu diagnóstico.

Como é feito o diagnóstico de intolerância alimentar?

Muitas pessoas acreditam ser portadoras da Síndrome do Intestino Irritável ou mesmo de alergia alimentar antes de chegarem ao diagnóstico de intolerância alimentar.

Para se ter um diagnóstico preciso da condição, primeiramente é importante atentar-se ao histórico dietético do paciente. Comumente, recomenda-se o desenvolvimento de um “diário alimentar”, no qual registra-se o que se ingeriu, se houve reação, em quanto tempo essa manifestou-se, sua intensidade, etc. Há, inclusive, exemplos de aplicativos que ajudam a realizar esse levantamento diário.

Depois do acompanhamento dessa rotina alimentar, o médico responsável poderá solicitar testes clínicos e exames de sangue, nos quais será observada a resposta do organismo quando são ingeridos determinados alimentos.

Ainda, a condição pode ser diagnosticada a partir de exames de fezes, testes do ar expirado (depois da ingestão de lactose diluída em água) e até mesmo de biópsias do intestino.

É importante salientar para se ter cuidado também com testes sem comprovação científica que são, por vezes, disponibilizados no mercado. Por exemplo, um dos maiores tenistas profissionais da atualidade – Novak Djokovic – foi diagnosticado com intolerância ao glúten a partir de uma técnica chamada cinesiologia aplicada. Por meio dela, a pessoa que está sendo testada segura uma substância alimentar em sua mão ou boca, enquanto o aplicador procura sinais de fraqueza muscular. O Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia declarou sobre esse tipo de recurso que não há evidência de validade diagnóstica para a técnica.

Por fim, vale ressaltar que o autodiagnóstico não é recomendável nem benéfico. Hoje, muitas pessoas acreditam serem intolerantes à lactose ou ao glúten, por exemplo, deixando de consumir essas substâncias por conta própria. Esse tipo de atitude poderá resultar em uma dieta mais pobre em nutrientes, por vezes, substituindo-se alimentos benéficos em detrimento à industrializados ou ultraprocessados que trazem em sua embalagem denominações como “glúten free”, “sem lactose”, etc. Isso pode desencadear problemas de saúde em quem, na verdade, não apresenta a intolerância.

Veja um exemplo: uma pesquisa britânica recente demonstrou que 44% das pessoas que se classificavam como intolerantes a laticínios não foram diagnosticadas como tal por um médico – ao invés disso, elas utilizaram apenas informações disponíveis na internet ou passaram por testes não convencionais. Delas, 72% removeram todos os produtos lácteos de suas dietas, sem nem mesmo terem a comprovação médica de que essa ação seria necessária ou benéfica.

Por tudo isso, antes de fazer mudanças na dieta, se você apresenta alguma suspeita ou sintoma, lembre-se de que é fundamental buscar amparo de um especialista médico.

Intolerância alimentar: prevenção e cuidados

Primeiramente, é preciso saber que não existe tratamento específico e definitivo para curar a intolerância a alimentos.

A boa notícia é que, em algumas situações, a intolerância alimentar é passageira e dura apenas alguns meses – ou seja, a pessoa se livra do problema e pode, inclusive, voltar a introduzir o alimento em sua dieta. Em outros casos, no entanto, é necessário retirar permanentemente ou reduzir da dieta todos os alimentos que não são corretamente digeridos.

Por exemplo, pessoas intolerantes ao ovo geralmente devem reduzir a ingestão de ovos fritos, cozidos, omelete e receitas que contenham ovo entre seus ingredientes – como bolos, pães, biscoitos, entre outros. Nesses casos em que a dieta é mais restrita, é necessário contar com o acompanhamento de um nutricionista para que esse profissional indique quais substituições devem ser feitas para que o corpo receba todos os nutrientes que precisa para funcionar adequadamente.

Quem tem um quadro de intolerância detectado deve sempre conferir o rótulo dos alimentos antes de comprá-los e ingeri-los. Porém, conforme orientação médica, há casos em que, diferentemente de uma alergia alimentar, não precisa-se abrir mão totalmente do alimento não tolerado – ele pode continuar sendo consumido de forma moderada. 

No entanto, de modo geral, o tratamento para prevenir a manifestação dos sintomas da intolerância alimentar é uma readequação dos hábitos alimentares a fim de reduzir a incidência dos desconfortos causados pela condição, incluindo, se não houver alguma restrição específica, adotar uma dieta mais rica em alimentos naturais e orgânicos em detrimento aos industrializados que acabam dificultando o processo digestivo e podem gerar outros problemas de saúde quando consumidos em demasia. Ainda, ingerir outros alimentos compensatórios ou mesmo suplementos pode ser necessário, conforme a indicação de seu médico.

Intolerância alimentar: diagnóstico e tratamento na Clínica Croce

A Clínica Croce está aparelhada e conta com especialistas de alto nível técnico e científico em seu corpo médico nas áreas de alergologia e imunologia, a fim de identificar com precisão se você possui algum tipo de alergia ou intolerância a alimentos.

A clínica está preparada para aplicar testes para o diagnóstico de quadros de intolerância e a orientar o paciente sobre a melhor abordagem para lidar com a condição identificada.

Nossos médicos oferecem atendimento de qualidade e humanizado, amparado por uma infraestrutura moderna e de ponta.

Se você suspeita que pode ser intolerante a algum alimento, conte com nosso apoio para diagnosticar e lidar da melhor forma possível com seu caso. Agende sua consulta com a Clínica Croce.

Por meio do atendimento via telemedicina é possível ser atendido de qualquer lugar do Brasil, sem a necessidade de estar em São Paulo, cidade sede da clínica.