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O que é vacina? Entenda como funciona

O que é vacina?

Você consegue imaginar como seria viver em um mundo sem vacinas? Pois saiba que essa realidade não é tão distante assim da sua, já que, no início do século 20, a população desconhecia o que é vacina e, como consequência disso, era bastante comum que as crianças morressem em decorrência de alguma doença infecciosa antes mesmo de completarem cinco anos de idade.

Em suma, as vacinas são substâncias biológicas introduzidas nos indivíduos para protegê-los contra doenças. Elas atuam na ativação do sistema imunológico, de forma a ensinar o nosso organismo a reconhecer e combater vírus e bactérias em possíveis casos infecciosos.

Hoje, sabemos que diversas enfermidades podem ser prevenidas por meio de agentes imunizantes. Parece difícil acreditar que o sarampo e a caxumba podem ser tão cruéis a ponto de levarem a óbito. Afinal, ao longo dos anos, as vacinas evoluíram a ponto de quase erradicar essas e tantas outras doenças contagiosas.

No entanto, apesar da popularização da vacina e do reconhecimento da sua efetividade contra males potencialmente letais e capazes de deixar sequelas, existe um movimento antivacina, no qual indivíduos deliberadamente optam por não se vacinarem ou proverem esse recurso aos seus filhos.

Outro problema enfrentado pela medicina moderna é o fato de que, passada a infância, as pessoas dificilmente voltam aos postos de saúde.

Com esse tema ganhando um novo enfoque e sendo amplamente discutido, é normal que surjam dúvidas e até mesmo fake news. Nesse contexto, é importante debatê-lo e sanar as dúvidas para ninguém ficar desinformado. Por isso, neste artigo, vamos falar mais sobre o que é vacina e como ela funciona.

Afinal, o que é vacina?

Essa substância biológica é composta por agentes semelhantes aos microrganismos causadores das doenças. São colocadas dentro da substância toxinas geradas pelos microorganismos, pedaços dos mesmos ou, em alguns casos, o próprio agente agressor.

O líquido então é introduzido no corpo, via injeções ou gotas, com o objetivo de estimular o sistema imunológico a produzir os anticorpos necessários para evitar o desenvolvimento de tais doenças, caso o indivíduo tenha contato completo com os vírus ou com as bactérias que as causam.

Em alguns casos, a vacinação pode gerar reações adversas, como dores musculares, sensibilidade em torno da região da aplicação e febre.

Aquela máxima comumente disseminada que diz que é “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente ao processo de vacinação. Afinal, sabemos que doenças que costumavam ser bastante frequentes e recorrentes não apenas no Brasil, mas no mundo, deixaram de ser um problema de saúde pública por conta da vacinação massiva da população.

A lista de doenças que afligiram as gerações passadas inclui rubéola, coqueluche, poliomielite, sarampo e tétano. Algumas delas, as crianças e os adultos de hoje em dia só conhecem por meio de histórias dos seus antepassados, graças a evolução da medicina moderna e do processo de comunicação envolvido nas campanhas de vacinação.

Vacina ao longo dos anos

É normal não saber definir com exatidão o que é vacina, mas o fato é que boa parte da população reconhece o quanto o método é eficaz e seguro para proteger as pessoas de doenças capazes de causar sequelas, angústia e até mesmo morte.

Graças aos imunizantes, vencemos várias formas de infecções. Entretanto, o sucesso desse progresso da medicina é resultado de muitos esforços e um longo processo histórico.

No passado, ao constatarem que os sobreviventes de um ataque de varíola não sofriam novamente da doença, diversos povos tentaram provocar a doença em uma forma mais amena. Os primeiros registros dessa prática, conhecida então como variolização, remontam aos chineses e era bastante conhecida entre os habitantes da África e da Ásia.

Na China, por exemplo, era comum triturar as cascas de feridas provocadas pela doença e assoprar o pó resultante, que continha o vírus morto, sobre o rosto das pessoas.

No início do século XVIII, os turcos começaram a praticar uma técnica de imunização conhecida como tessaliana, que consistia em vestir roupas íntimas de doentes, picar a pele com agulhas contaminadas, inserir algodão com pus no nariz, incrustar crostas em arranhões e fazer cortes na pele para colocar gotas de pus ou fios de linha infectados.

A introdução da variolização na Europa é atribuída à Lady Mary Wortley Montagu, esposa do embaixador britânico na Turquia, que ordenou que seus filhos fossem inoculados. A prática se espalhou então pelo continente, sendo impulsionada pela adesão da aristocracia. Na Inglaterra, foram imunizadas as princesas Amélia e Caroline, na França, Luís XVI e, na Rússia, Catarina II.

Vacina na América

A popularização da variolização seguiu crescendo e logo chegou às Américas. Aqui no Brasil, inúmeros índios foram inoculados por jesuítas. Na América do Norte, em 1721, 243 pessoas foram imunizadas durante uma epidemia em Boston. Anos depois, em 1764, um novo surto de varíola em Boston levou à criação de dois hospitais particulares específicos para a inoculação. E em 1777, ao presenciar seus exércitos ao norte sendo devastados pela varíola, George Washington ordenou a variolização compulsória de suas tropas.

A técnica enfrentou uma forte oposição desde que foi introduzida na Europa e tal situação se agravou após a constatação de que cerca de 2% dos indivíduos inoculados morriam e muitos outros desenvolviam formas bastante severas da doença. Fatores como esses fizeram com que a prática fosse suspensa em diversas regiões.

Passados alguns anos, Edward Jenner, um médico inglês, ouviu relatos de que um grupo bastante expressivo de trabalhadores da zona rural mostrava-se imune à varíola. Os indivíduos eram todos ordenhadores e tinham se contaminado com uma doença do gado semelhante à varíola, conhecida como cowpox, que não causa a morte dos animais, mas resulta na formação de pústulas, tendo menor impacto no corpo humano.

O médico conduziu uma série de experiências e observou que esse grupo se mantinha refratário à varíola, mesmo quando inoculados com o vírus da doença. Em 1796, ele inoculou um menino de oito anos, chamado James Phipps com o pus retirado de uma pústula de Sarah Nelmes, uma ordenhadora que sofria com cowpox. O garoto contraiu uma infecção benigna e, passados apenas dez dias, estava recuperado. Após alguns meses, o médico inoculou a criança com pus varioloso e constatou que ele não adoeceu. 

Esse marco representa a descoberta da vacina. Aliás, a palavra vacina deriva justamente de Variolae vaccinae, nome científico dado à varíola bovina.

Edward Jenner seguiu imunizando crianças utilizando material retirado diretamente das pústulas dos animais. Em 1798, divulgou a sua descoberta no trabalho “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”. O médico enfrentou sérias resistências vindas de diferentes grupos. A classe médica se demonstrava cética, os variolizadores se opuseram fortemente, já os grupos religiosos propagavam a vacalização ou a “minotaurização”, já que acreditavam que a raça humana seria degenerada devido à contaminação com material bovino.

Apesar de toda a resistência, a vacina se popularizou e, em pouco tempo, conquistou a Inglaterra. Em 1799, foi criado o primeiro instituto vacínico em Londres. Com o suporte da família real, três anos depois, fundava-se a Sociedade Real Jenneriana para a extinção da varíola.

O imunizante se espalhou pelo mundo. A marinha britânica passou a adotar a vacinação. Napoleão Bonaparte ordenou que seu filho fosse imunizado, bem como seus exércitos.

Nas Américas, a descoberta de Jenner chegou pelas mãos do médico Benjamin Waterhouse, de Harvard, e se popularizou a partir de 1801, com a vacinação do presidente Thomas Jefferson.

E no Brasil?

No Brasil, o imunizante chegou em 1804, quando o marquês de Barbacena transportou-o pelo Atlântico utilizando os seus escravos, que passavam a infecção vacinal um para o outro, braço a braço, durante a viagem.

Entretanto, conforme a popularização da vacina aumentava, a oposição também crescia. Entre as camponesas francesas, era comum a recusa da imunização de seus filhos para que, acometidos pela varíola, eles apresentassem degradação física e se tornassem inaptos para a guerra. Para conservar o vírus, os vacinadores precisavam pagar para conseguir voluntários que se deixassem inocular. Logo, o fluído vacinal passou a ser visto com repulsa, já que era conservado em jovens carentes e em portadores de doenças venéreas e outras moléstias.

Nesse período, foram registrados casos de hepatite B, erisipela e sífilis associados à vacina. Para agravar o quadro, em 1820, um grande número de imunizados adoeceu, deixando clara a necessidade de se vacinarem novamente.

Apesar da resistência e dos contratempos, a vacinação foi aos poucos se generalizando. Em algumas regiões, inclusive, ela se tornou obrigatória.

Em 1885, Louis Pasteur recebeu em seu laboratório um menino que havia sido mordido por um cão raivoso. O cientista francês trabalhava na pesquisa da atenuação do vírus da raiva e injetou na criança material proveniente da medula de um coelho infectado. Após 13 inoculações, cada qual com material mais virulento, foi constatado que o garoto não contraiu a doença.

Meses depois, o cientista comunicou à Academia de Ciências a descoberta do imunizante contra a raiva, que também chamou de vacina, em homenagem ao médico Edward Jenner. Essas foram as primeiras vacinas obtidas seguindo uma metodologia científica. Por esse motivo, Pasteur é reconhecido como o fundador da microbiologia moderna e da medicina experimental, tendo desenvolvido um imunizante por meio de um método que pode ser generalizado.

A partir desse fato, ocorreram muitas descobertas. Em 1891, Emil Behring injetou doses subletais da toxina produzida pelo bacilo da difteria, provocando o desenvolvimento de moléculas antitóxicas capazes de proteger contra a infecção e de serem transferidas para outros animais, fazendo com que eles fossem imunizados. Behring foi agraciado pelo primeiro Prêmio Nobel de Medicina após dar início à soroterapia em um caso agudo de diferia e, posteriormente, de aplicá-la no combate ao tétano.

Anos depois, foram desenvolvidos os primeiros toxoides (diftérico e tetânico), imunizantes contra coqueluche e, posteriormente, a combinação dos componentes para a formação da vacina DPT – ou tríplice bacteriana.

Passado algum tempo, foram introduzidas as vacinas BCG, Imunizante Tropical (contra a febre amarela), Vacínia, Poliomielite e Hepatite B.

Desde o processo de criação, até o entendimento sobre o que é vacina e sua popularização, os imunizantes evoluíram consideravelmente e passaram a ser produzidos em massa. Hoje, as vacinas constituem um dos principais elementos para o combate a doenças no mundo todo.

Movimento antivacina: entenda a famosa teoria da conspiração

Embora o movimento pareça algo recente, as contestações às vacinas existem, como vimos, desde que as primeiras campanhas para vacinação foram organizadas. Ao longo da história, diversos foram os argumentos para a oposição: questionamentos a respeito de ética, segurança e efetividade das substâncias são os principais deles.

No Brasil, há um importante episódio nesse sentido que marcou a primeira campanha de vacinação lançada pelo governo federal. O fato ocorreu em 1904, no Rio de Janeiro, quando o Estado lançou uma campanha obrigatória para combater a varíola.

Naquela época, as ruas do Rio de Janeiro apresentavam toneladas de lixo, fazendo com que o vírus da doença se espalhasse facilmente. Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, o então presidente Rodrigo Alves, nomeou Oswaldo Cruz como Diretor da Saúde Pública. Como medida, o médico impôs vacinação obrigatória contra a varíola para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.

Devido ao seu caráter autoritário e à falta de informação compartilhada com a população, ocorreu uma grande reação popular. Na época, agentes sanitários invadiam casas e vacinavam pessoas à força, e a maioria dos indivíduos sequer sabia do que se tratava a substância e acreditava estar sendo infectado pelo vírus causador da doença por meio da injeção.

A chamada “Revolta da Vacina” entrou para a história nacional devido ao descontentamento generalizado, à resistência, aos conflitos e às manifestações populares que se espalharam pela capital. O presidente, então, revogou a lei da vacinação obrigatória, tornando facultativo o seu uso.

Hoje, o movimento parece ter voltado a avançar, ganhando uma nova forma de se espalhar: as redes sociais. Um dos principais boatos que reacenderam esse debate, curiosamente, começou por causa de um médico que nunca foi partidário da causa antivacina, já que seu principal objetivo era enriquecer vendendo um imunizante contra o sarampo.

Em 1998, o médico britânico Andrew Wakefield fraudou um trabalho científico na tentativa de relacionar a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, com o autismo. Em seu estudo, que chegou a ser publicado em um periódico bastante respeitado no meio científico, ele afirmava que a vacina era a causa do autismo de seus pacientes.

Posteriormente, foi descoberto que toda a pesquisa, dados e prontuários eram uma fraude e que o estudo havia sido financiado por um advogado que pretendia lucrar processando os fabricantes da vacina. Andrew tinha como objetivo emplacar a sua própria solução contra o sarampo, desacreditando a vacina. Embora toda a fraude tenha sido desmascarada, suas fajutas conclusões acabaram conquistando seguidores ao redor do mundo, fazendo com que o número de crianças não vacinadas cresça e que doenças quase erradicadas estejam reemergindo.

Por isso, o movimento antivacinas é, literalmente, contagioso. Afinal, quando uma parte da população deixa de ser vacinada, dá origem a grupos de pessoas suscetíveis que propagam a circulação de agentes infecciosos. E isso afeta não apenas quem escolheu deixar de se vacinar, mas também quem não pode ser imunizado, seja devido a algum comprometimento imunológico ou devido ao fato de não ter idade suficiente para entrar no calendário de vacinação.

Alguns pais usam o argumento de que as vacinas “mexem” com a imunidade dos seus filhos, mas é preciso perceber esse assunto em um contexto mais amplo, o social. Não se trata apenas de uma escolha pessoal, esse é um assunto de saúde pública, já que as escolhas de uma pessoa afetam a vida das outras.

Os críticos contemporâneos também questionam a obrigatoriedade da vacinação, a falta da liberdade individual, a forma como as vacinas são desenvolvidas e se as substâncias injetadas não dão origem a vírus ainda mais resistentes.

O desconhecimento sobre o tema, a propagação de boatos sem embasamento científico, a falta de confiança no sistema nacional e até mesmo a quantidade de vacinas no calendário oficial são alguns dos motivos responsáveis pela incidência de ocorrências de doenças que poderiam ser evitadas.

É importante ressaltar o fato de que, para que uma vacina seja licenciada, ela precisa passar por diversas fases de avaliação, desde o desenvolvimento, até a produção e posterior aplicação.

Os imunizantes são seguros e regulados por institutos bastante rígidos. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, que faz o monitoramento contínuo da segurança das vacinas.

Conheça as principais vacinas

Os indivíduos adequadamente vacinados se tornam mais resistentes a uma série de doenças potencialmente graves. Isso torna a população mais forte, saudável e menos suscetível a enfermidades como a hepatite e as meningites bacterianas.

Por meio de programas de imunização, foi possível erradicar a varíola e a poliomielite. E o momento atual da medicina é bastante promissor, visto que novas vacinas podem minimizar a ocorrência de alguns tipos específicos de câncer, como o de colo de útero, por exemplo.

Por isso, a prevenção não tem idade. A vacinação é importante em todas as fases, para garantir mais saúde e melhor qualidade de vida.

Ao nascer, são aplicadas as vacinas BCG e Hepatite B. Nos meses seguintes, são ministradas as doses Hexavalente, Pneumocócica, Meningocócica, Pentavalente, Gripe, Hepatite A, SCR e Varicela.

Ainda durante a infância, as crianças devem receber as vacinas de DTPa, Polio, HPV e Dengue.

Algumas vacinas que integram o calendário das crianças, muitas vezes são esquecidas entre os adultos. É importante buscar a imunização para obter uma proteção duradoura contra HPV, Meningite Meningocócica, Tétano, Difteria e Coqueluche, Hepatite B, Hepatite A, Influenza e Pneumonia. E lembre-se: qualquer um pode (e deve) procurar postos de vacinação para ficar protegido contra as mais diversas doenças!

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