fbpx

Quem deve tomar a vacina do sarampo?

Assim como a pandemia do Novo Coronavírus, a circulação ativa do vírus do sarampo, atualmente presente em vários estados brasileiros, é uma grande preocupação. Ainda que a vacina do sarampo tenha erradicado a doença no país no passado, alguns movimentos e a falta de compromisso com a saúde permitiu que a doença mais uma vez se tornasse preocupação em nosso território.

É fundamental a realização de ações educativas a respeito do sarampo, permitindo que a população saiba que, ainda que altamente transmissível, a doença pode ser prevenida pela simples aplicação da vacina. 

Com a volta dos casos, muitas dúvidas começam a surgir em relação a vacina do sarampo. Por isso, desenvolvemos o artigo de hoje com informações que poderão sanar as suas. Continue conosco e entenda quem deve tomar a vacina do sarampo!

O que é sarampo?

Uma doença infecciosa, aguda e grave, o sarampo é causado pelo vírus pertencente ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae, sendo de genoma RNA. Transmissível e extremamente contagiosa é muito comum na infância, contudo, os casos no Brasil que já haviam sido erradicados pela presença da vacina, continuam a aparecer com frequência. 

A doença apresenta sintomas que variam entre febre recorrente a aparecimento de manchas, podendo causar até pneumonias, convulsões e lesões cerebrais.

Acredita-se que as complicações desencadeadas pelo vírus atinge na maior parte das vezes crianças gravemente subnutridas, gestantes, recém-nascidos e portadores de imunodeficiências. 

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre diretamente de pessoa para pessoa, geralmente por espirros, tosse, fala e respiração. O vírus se instala na mucosa do nariz, seios da face e secreções da boca para se reproduzir e, posteriormente, vai para a corrente sanguínea.

O sarampo é uma doença tão contagiosa que uma pessoa infectada pelo vírus pode transmiti-lo para até 90% de indivíduos próximos que não estejam imunizados.

Sua transmissão pode acontecer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo. Depois do contato com alguém que está doente, a pessoa pode apresentar sintomas em 10 dias, variando entre o 7º e 18º dia.

Quais os sintomas do sarampo?

Os sintomas do sarampo são dividido em duas etapas, com sintomas mais leves aparecendo de início. Além disso, algumas complicações podem estar presentes, variando de acordo com a fase de vida do indivíduo. Confira os sintomas iniciais:

  • febre acompanhada de tosse;
  • irritação nos olhos;
  • constipação nasal;
  • coriza;
  • perda do apetite;
  • mal estar intenso.

Nesse período, pode-se observar na região interna das bochechas algumas manchas brancas que são características da doença, sendo estes os dias em que a doença pode ser transmitida. De 3 a 5 dias poderão aparecer outros sinais e sintomas, como manchas avermelhadas no rosto e atrás das orelhas, que logo se espalham pelo corpo. 

Após o aparecimento das manchas vermelhas, a febre persistente pode ser um sinal de alerta, indicando gravidade para o caso, principalmente em crianças menores de 5 anos de idades. 

Complicações

O sarampo é uma doença que pode deixar graves sequelas por toda a vida, ou mesmo levar a pessoa a morte. Variando de acordo com as fases da vida do indivíduo, as principais complicações do sarampo são:

  • infecções de ouvido;
  • pneumonia;
  • encefalite aguda (inflamação de parte do sistema nervoso localizado dentro do crânio);
  • parto prematuro em gestantes;
  • bebês com baixo peso;
  • infecções respiratórias;
  • problemas de crescimento;
  • diminuição da capacidade mental;
  • surdez;
  • cegueira;
  • morte.

Qual o tratamento para o sarampo?

Sem tratamento específico, o portador do sarampo deve fazer o uso de medicamentos utilizados para reduzir o desconforto provocado por seus sintomas. Com orientação médica, podem ser prescritos alguns remédios para febre, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno, higiene adequada dos olhos, hidratação oral, higienização da pele e vias aéreas superiores. Em casos de complicações bacterianas do sarampo, seu tratamento deve ser específico de acordo com ordem médica.

Qual a prevenção para o sarampo?

A única forma de prevenir o contágio da doença é por meio da vacina do sarampo. Ofertada em todo o país, a vacina faz parte do calendário de vacinação, e deve ser recebida desde criança até idade adulta. 

Calendário nacional para a vacina do sarampo

De acordo com o calendário nacional de imunização, a primeira vacina do sarampo deve ser recebida por crianças de 12 meses (1 ano), por meio da vacina tríplice viral, responsável pela imunização contra sarampo, caxumba e rubéola. 

Aos 15 meses de vida (1 ano e 3 meses) a criança deve receber a primeira dose da vacina tetra viral, composta pela 2ª dose da tríplice viral associada a vacina que protege contra o vírus da varicela (catapora).

Crianças de 6 meses até 11 meses e 29 dias

Em 2019, o Ministério da Saúde implementou a partir de 6 meses até 11 meses e 29 dias de vida a dose zero de vacinação. Essa vacina não entra no esquema de vacinação de rotina, devendo a criança receber a primeira dose da tríplice viral aos 12 meses, e dar sequência ao calendário de imunização, de acordo com a preconização do Ministério da Saúde.

Indivíduos de 1 a 29 anos de idade

Desde crianças de 1 ano de vida até adultos com 29 anos devem ter duas doses da vacina contra o sarampo, (vacina tríplice viral ou tetra viral) comprovadas no cartão de vacinação. Caso tenha somente uma dose da vacina do sarampo, é preciso completar o esquema com mais uma dose. Em casos de não ter nenhuma das doses, deve-se realizar 2 doses da tríplice viral.

Indivíduos de 30 a 49 anos de idade

Pessoas entre essa faixa etária precisam ter apenas uma dose de vacina tríplice viral. Caso não tenham essa dose registrada na carteira de vacinação ou não tenham tomado uma dose da vacina, a mesma deve ser realizada o quanto antes. 

Pessoas acima de 50 anos de idade

Para aqueles acima dos 50 anos, apenas uma dose da vacina do sarampo é necessária. Caso não tenham uma dose da imunização e tenham entrado em contato com algum caso confirmado ou suspeito da doença, deverão receber uma dose da tríplice viral.

Pessoas que já tiveram sarampo

As pessoas que adquiriram o vírus do sarampo devem ser vacinadas conforme a faixa etária, ou seja, de 1 ano a 29 anos deverão receber 2 doses, e aqueles acima de 30 anos, uma dose de imunização. 

Todos que apresentarem sarampo adquirem imunidade contra a doença por toda a vida. Contudo, por ser uma doença exantemática e possuir sintomas similares a outras doenças, pode ser confundida. Por isso, a vacinação deve ser realizada.

Profissionais da área da saúde

De acordo com o Ministério da Saúde, a recomendação para profissionais de saúde é que tenham 2 doses da tríplice viral independente da idade, garantindo a imunização daqueles que podem estar em contato com portadores da doença. 

Quem não deve receber a vacina do sarampo?

A vacina do sarampo não deve ser realizada em crianças menores de 6 meses, assim como gestantes e pessoas com sinais e sintomas da doença. Para pacientes imunossuprimidos, é preciso consultar um médico antes de receber a dose da vacina.

Vacina do sarampo

A tríplice viral, vacina que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola é uma vacina atenuada, contendo vírus vivo enfraquecido das doenças assim como aminoácidos, albumina humana, sorbitol, gelatina e sulfato de neomicina. Traços de proteína do ovo também podem estar presentes, visto que são utilizados no processo de fabricação da vacina. No Brasil, uma das vacinas usadas na rede pública contém traços de lactoalbumina, proteína presente no leite da vaca.

Contraindicação da vacina do sarampo

Além de gestantes, pessoas com a imunidade comprometida, crianças menores de 6 meses e indivíduos que apresentam sinais e sintomas da doença, a vacina do sarampo é contraindicada também em outras situações. Algumas delas são:

  • histórico de anafilaxia após aplicação de doses anteriores da vacina ou a algum de seus componentes;
  • crianças com histórico de reação anafilática ao ovo devem ser vacinadas em ambiente hospitalar ou que ofereça condições de atendimento contra choque anafilático;
  • pessoas imunossuprimidas por doenças ou medicamentos;
  • pessoas que apresentam sensibilidade ou intolerância à lactoalbumina;
  • crianças portadoras de HIV/Aids, que tenham imunossupressão ou sintomatologia grave;
  • adultos portadores de HIV/Aids;
  • pessoas com histórico de alergia grave após aplicação das doses anteriores da doença, assim com componentes.

Esquema de doses da vacina do sarampo

Para ser considerado protegido contra a doença todos devem ser vacinados, recebendo duas doses da vacina com intervalo mínimo de um mês aplicadas a partir de 12 meses de idade. Em situações de risco para o sarampo, como surto ou exposição domiciliar, a primeira dose pode ser aplicada antes dos 12 meses sendo a partir de 6 meses de idade.

A dose porém, não conta para o esquema de rotina, e as outras 2 doses continuam sendo necessárias a partir dos 12 meses.

Para crianças que estejam com o esquema de vacinação completo, não existem evidências que justifiquem uma terceira dose como rotina. Crianças mais velhas, adolescente e adultos que não foram vacinados ou sem a comprovação de que receberam a imunização, devem receber 2 doses com intervalo de 1 a 2 meses. Caso ocorram surtos de caxumba ou sarampo, uma terceira dose pode ser considerada em pessoas com esquema completo. Entretanto, não há evidências que justifiquem a medida de rotina.

Prorrogação das campanhas da vacina do sarampo

Campanhas de imunização contra o sarampo foram prorrogadas mesmo durante a pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19). A doença de alta transmissibilidade tem sido disseminada no país. Por esse motivo, a campanha foi retomada com o objetivo de aumentar o número de pessoas imunizadas. 

Dúvidas frequentes relacionadas à vacina do sarampo

Por ainda ser um assunto que gera dúvidas na população, muitas vezes por falta de informação, trouxemos as principais perguntas realizadas à respeito da vacina do sarampo. Confira quais são elas, continuando a leitura. 

Por que o Brasil não atende mais aos requisitos necessários para manter o certificado de eliminação do sarampo, recebido em 2016?

A baixa cobertura da vacina do sarampo e o contato entre pessoas que contraíram a doença no exterior com brasileiros que não estavam imunizados foi capaz de causar surtos sustentados de grandes proporções, especialmente em regiões do Amazonas, Roraima e São Paulo.

No entanto, devemos destacar que a culpa dessa situação não é do turista ou  imigrante: caso a população tivesse realizado sua parte, estando devidamente imunizada, os casos seriam limitados aos turistas, sem atingir a população brasileira.

A vacina do sarampo tríplice viral é recomendada na rotina de pessoas entre 12 meses e 49 anos. Outras faixas etárias devem ser vacinadas em algum momento?

Sim, em períodos de surtos crianças entre 6 meses e 12 anos que estejam em áreas de risco devem ser vacinadas. A faixa etária apresenta maior taxa de incidência. Além disso, pessoas com mais de 49 anos provavelmente tiveram sarampo, por esse motivo, são prioridades para a vacinação. 

Contudo, ainda que aconteça em menos frequência, elas podem adoecer. Diante da exposição ao vírus, algumas dúvidas sobre o passado da doença ou sobre o histórico de vacinas, a vacina do sarampo é indicada, inclusive para indivíduos que sejam maiores de 60 anos. 

A indicação da vacina do sarampo para menores de 12 meses e maiores de 49 anos é segura?

Além de segura, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde em situações de surto. Em tempos em que o sarampo era uma doença endêmica no país, a vacinação de rotina era inicialmente feita aos 6 meses. Somente depois passou a ser realizada aos 9 meses, tendo em vista a incidência da doença nessa faixa etária em outras épocas. Após o controle e, consequentemente a queda do risco, a vacinação passou a ser indicada a partir de 12 meses.

Em qual situação uma criança menor de 1 ano deve ser vacinada?

Para bebês que ainda não completaram 12 meses, a vacinação contra o sarampo só é indicada em situações como surtos da doença, além do contato com alguém próximo que esteja com sarampo ou apresente os sintomas. 

Por que crianças que foram vacinadas antes de 12 meses devem receber outras duas doses além da primeira?

A possibilidade da presença de anticorpos maternos em crianças menores de 12 meses pode interferir na resposta adequada do bebê à vacina tríplice viral. Pelo risco de falha primária, a dose que foi aplicada entre 6 a 12 meses, não deve ser considerada como rotina, tornando as doses dos 12 e 15 meses necessárias.

Caso a gestante seja vacinada inadvertidamente, corre algum risco?

São inúmeros os casos em que gestantes foram inadvertidamente vacinadas com a vacina do sarampo. Embora o risco teórico para o feto possa existir, alguns estudos na literatura médica, incluindo brasileiros, relatam o baixo índice de infecção fetal e nenhum caso de prejuízo à saúde do feto e gestante, ou intercorrências na gravidez.

Após dar à luz, quanto tempo a mulher deve esperar antes de receber a vacina?

Apesar de não ser indicada durante o período gestacional, a vacina do sarampo não influencia na amamentação. Por esse motivo, a mãe pode recebê-la no pós-parto imediato, garantindo sua imunização.

É preciso esperar para engravidar após receber a vacina?

Estudos apontam que, após receber a imunização pela vacina do sarampo, é recomendado aguardar ao menos 30 dias antes da tentativa de engravidar. 

Que condições podem adiar a vacinação contra o sarampo?

Algumas condições são responsável por requerer o adiamento da vacinação contra a doença, como casos de quimioterapia antineoplásica, que exige 3 meses de suspensão após o tratamento. Outros casos são:

  • uso de medicamentos imunossupressores, incluindo biológicos: o risco da interrupção do tratamento e intervalo mínimo para aplicação da vacina, dependendo do medicamento em uso, deve ser avaliado pelo médico;
  • transplante de medula óssea: de 12 a 24 meses após a realização do procedimento;
  • uso de imunoglobulina, sangue ou derivados: de 3 a 11 meses, de acordo com o hemoderivado e dose administrada, devido ao possível prejuízo de resposta imunológica;
  • doenças agudas febris, moderadas ou graves: até a resolução do quadro, com o intuito de que não seja atribuída à vacina as manifestações da doença.

Se a segunda dose atrasar, o esquema deve ser reiniciado?

Não. Ainda que a primeira dose da vacina do sarampo tenha sido realizada há muitos anos, é preciso somente que a segunda dose seja aplicada, não tornando necessário iniciar novamente o esquema.

O que é preciso fazer caso a pessoa não se lembre se já tomou as doses da vacina?

Para aqueles que não se lembram se já tomaram todas as doses da vacina, ou não tenham registro para comprovação, o mais indicado é receber as duas doses com intervalo mínimo de 30 dias. Tomar mais doses do que o recomendado em esquemas de vacinação não apresenta qualquer risco à saúde. 

Você pôde conhecer um pouco mais sobre a vacina do sarampo, assim como sua indicação, esquema de vacinação e importância. Para evitar que uma doença grave como o sarampo continue a fazer novas vítimas, confira seu calendário de vacinação. Caso ainda não tenha recebido as doses indicadas, procure uma clínica especializada o quanto antes e permita que a vacina vá até você!

Quer ficar por dentro de outros tipos de vacinas? Então, saiba tudo o que precisa sobre a vacina antitetânica!