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Qual a importância de cuidar da saúde óssea na infância?

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Segundo o estudo publicado pela doutora do Instituto de Saúde, Coordenação dos Institutos de Pesquisa (CIP), SES – São Paulo, Marina Rea, a amamentação contribui não só para a saúde do bebê, mas também da mãe, protegendo de doenças como o câncer de mama e prevenindo a saúde óssea. Parte fundamental do corpo, os ossos passam por transformação ao longo da vida, assegurando qualidade de vida e mobilidade com o avanço da idade. 

Por esse motivo, cuidar da saúde óssea desde a infância é a principal forma de evitar doenças que possam comprometer essas estruturas, prejudicando a qualidade de vida na idade adulta e terceira idade. A seguir, saiba mais sobre a importância de cuidar da saúde óssea, e as principais formas de manter esse sistema saudável.

Os ossos na infância

A massa óssea do corpo está em formação até os 30 anos. A partir dessa idade, os ossos começam a perder lentamente sua massa. Assim, quanto mais massa depositada nos ossos desde a infância, menores serão os prejuízos durante essa perda inevitável. Desse modo, o indivíduo estará mais protegido de doenças como a osteoporose e fraturas ósseas que costumam ser frequentes em pessoas na terceira idade. 

Durante a puberdade, as alterações hormonais são comuns no organismo do adolescente, levando a aceleração do crescimento ósseo. Nesse período, os ossos se tornam mais longos, fortes e densos, atingindo o tamanho máximo entre 20 e 25 anos. 

Assim como fatores genéticos, o estilo de vida adotado pode afetar a saúde óssea da criança. Hábitos como uma alimentação saudável e prática regular de exercícios físicos são essenciais para manter os ossos saudáveis. 

Além disso, a manutenção do peso, ingestão de vitaminas, proteínas e cálcio são muito importantes nessa fase. Essas medidas podem evitar doenças que comprometem seriamente a mobilidade da pessoa na vida adulta e sênior.

Como cuidar da saúde dos ossos

Seja qual for a idade, as melhores formas de prevenir doenças e cuidar da saúde óssea é por meio de uma dieta rica em alimentos com vitamina D, como leites, queijos, ovos, peixes e cogumelos. Essa alimentação deve fazer parte do dia a dia do indivíduo. 

Para pessoas que apresentem deficiência de lactose, a suplementação dessa enzima, assim como o uso de probióticos que produzem a lactase no intestino, ajudam na prevenção.

Além disso, a prática de atividades físicas que auxiliem no fortalecimento dos ossos é uma das formas de prevenir doenças como osteoporose, osteopenia e osteogênese. O ideal é que a atividade seja realizada em locais abertos, assim, a exposição ao sol pode auxiliar na manutenção da saúde óssea.

A prevenção costuma apresentar mais êxito do que o próprio tratamento. Afinal, prevenir a perda da densidade óssea no futuro é mais fácil que restaurá-la uma vez que ela já tenha sido perdida.

Algumas medidas são recomendadas como forma de prevenção e cuidado da saúde óssea de qualquer pessoa. A prevenção envolve práticas como:

  • abandonar hábitos nocivos, como o tabagismo;
  • evitar abuso de bebidas alcoólicas;
  • evitar excesso de cafeína;
  • ter uma dieta rica em cálcio e vitamina D;
  • praticar exercícios físicos;
  • tomar sol durante alguns minutos diariamente;
  • realizar exames preventivos anualmente.

Principais doenças ósseas

Ainda que preservar e cuidar da saúde óssea na infância seja o melhor caminho para evitar problemas no futuro, muitos não adotam ou não apresentam condições para colocar tais hábitos em prática. Desse modo, algumas condições relacionadas à saúde dos ossos podem estar presentes na terceira idade. Conheça as principais.

Osteopenia

Os ossos do corpo são compostos por uma matriz mineral de cálcio e células envolvidas nessa renovação, chamadas osteoclastos e osteoblastos. Os osteoclastos participam da absorção de minerais, eliminam áreas de tecido ósseo e criando cavidades.

Já os osteoblastos são responsáveis por preencher essas cavidades, produzindo assim novos ossos utilizando cálcio absorvido com a ajuda de vitamina D. Essa renovação permite que, a cada 3 meses, em média 10% do nosso esqueleto seja renovado pelo processo orgânico.

Quando ocorre o desequilíbrio das células que fazem a absorção e regeneração, os osteoclastos acabam agindo mais rápido que os osteoblastos, ou seja, a degradação óssea acontece em uma velocidade maior que a fase de reposição. Esse processo é conhecido como osteopenia.

Osteoporose

A osteoporose é a fase posterior à osteopenia. Nessa condição, os ossos se tornam mais porosos. Consequentemente, mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Isso ocorre quando o processo natural de envelhecimento causa desequilíbrio na velocidade com que os osteoblastos conseguem repor os buracos deixados pelos osteoclastos. Assim, a estrutura óssea começa a apresentar pequenos poros aos poucos. 

A osteoporose apresenta grande influência genética, afetando mais mulheres que homens. Medicamentos podem também ser causadores da doença, assim como outras doenças que podem estar associadas. No entanto, é necessário que uma investigação seja realizada para a indicação do tratamento adequado. Entre os fatores de risco para a osteoporose, estão:

  • deficiência de cálcio no organismo;
  • sedentarismo;
  • envelhecimento;
  • tabagismo;
  • abuso de álcool;
  • menopausa;
  • diabetes;
  • alterações na tireoide;
  • fatores genéticos;
  • uso contínuo de medicamentos que contribuem para a doença.

A osteoporose é dividida em 2 tipos: primária, quando ocorre de forma espontânea, e secundária, quando acontece devido a outro distúrbio, ou mesmo por um medicamento. Entenda melhor cada uma delas.

Osteoporose primária

A osteoporose primária atinge cerca de 95% das mulheres com a doença, e em média 80% dos homens. Grande parte dos casos acontece em mulheres no período pós-menopausa e em homens idosos.

Entre suas principais causas estão a falta de estrogênio, hormônio reduzido rapidamente na menopausa. Em homens com mais de 50 anos, os níveis de estrogênio são mais altos, no entanto, também diminuem durante o envelhecimento, resultando em uma das causas da osteoporose. 

A deficiência desse hormônio pode aumentar a degradação óssea, causando rápida perda óssea que pode ser ainda maior caso os níveis de ingestão de cálcio ou vitamina D ao longo da vida tenham sido baixos.

Além disso, o aumento da atividade de glândulas paratireoides aumenta a secreção de hormônio, estimulando também a decomposição dos ossos. Outros fatores também podem estar relacionados com a osteoporose primária, como o uso de certos medicamentos, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estrutura corporal pequena, histórico familiar da doença, e mais.

Osteoporose secundária

A osteoporose secundária corresponde a menos de 5% dos casos de osteoporose em mulheres e 20% em homens. A doença no tipo secundário é causada por alguma outra enfermidade ou medicamento, como, por exemplo:

  • doença renal crônica;
  • doença de Cushing;
  • hiperparatireoidismo;
  • hipertireoidismo;
  • hipogonadismo;
  • diabetes;
  • câncer;
  • artrite reumatoide;
  • progesterona;
  • corticosteroides;
  • quimioterápicos;
  • anticonvulsivantes.

Inflamação óssea

A inflamação óssea, ou osteomielite, é normalmente resultado de uma infecção no organismo, ou seja, a invasão do tecido ósseo por bactérias e outros microorganismos. Quando o indivíduo conta com doenças pré-existentes, os germes da infecção podem migrar para a corrente sanguínea e afetar outros órgãos. Isso, por sua vez, acarreta na inflamação óssea. Essa condição é chamada de osteomielite hematogênica. 

Essa forma de contaminação é mais comum em crianças, especialmente em meninos. Ela costuma afetar os ossos longos em membros inferiores (pernas) como o fêmur, a tíbia e o úmero. A inflamação óssea é causada por bactérias, entre elas, S. aureus, seguida pelos estreptococos do grupo A. Além disso, em pessoas com anemia falciforme, pode ser provocada principalmente pela Salmonella.

Já em pessoas imunodeprimidas, com grandes áreas do corpo queimadas, e em caso de traumas em ossos do calcanhar, o principal agente infeccioso são as Pseudomonas. Essas bactérias permanecem em diferentes lugares. Por isso, cuidar da saúde óssea e fortalecer essas estruturas é importante, prevenindo graves complicações diante de diagnósticos como esse.

Osteomalácia

A osteomalácia é a suavização ou amolecimento ósseo, e acontece pelo enfraquecimento causado pela desmineralização, ou seja, perda de minerais, e depleção de cálcio do osso.

Causada geralmente pela ingestão alimentar insuficiente ou má absorção de cálcio no organismo durante a infância e adolescência, a osteomalácia resulta no amolecimento ósseo justamente pela falta de minerais necessários para o endurecimento dos ossos.

Em crianças, para que seu crescimento seja normal, com a presença de cálcio e fósforo de forma balanceada, uma alimentação equilibrada é exigida. Entretanto, em alguns casos, mesmo uma dieta rica em minerais pode não ser o suficiente para evitar o desenvolvimento da osteomalácia. 

Afinal, algumas pessoas podem apresentar no organismo a ineficiência da absorção desses minerais, tornando insuficiente a quantidade de vitamina D para o crescimento dos ossos. A vitamina D é a responsável por promover o aproveitamento do cálcio no organismo em sua ausência, o cálcio não consegue ser absorvido de forma adequada.

Em crianças, o comprometimento do crescimento devido aos ossos amolecidos é comumente observado, sendo uma das formas de identificar o raquitismo, classificação da doença no público infantil. Os sintomas mais comuns em crianças é o arqueamento dos ossos da perna, devido a incapacidade dos ossos moles manterem a forma ideal quando sofrem a pressão do peso da criança. 

Geralmente causada pela falta de vitamina D em crianças, o raquitismo compromete o desenvolvimento de ossos pela falta de seu componente principal, o cálcio, da mesma forma que na osteomalácia.

Os ossos enfraquecidos são facilmente susceptíveis a fraturas nos últimos estágios da doença. Portanto, as contusões e fraturas que surgem devido à leve pressão são sintomas mais graves da osteomalácia, indicando o avanço da doença. Muitas vezes, as dores e rigidez sentidas pelos indivíduos são resultados de pequenas fraturas que podem ser detectadas por imagem. 

Por fim, outros sintomas não tão comuns, mas que podem estar associadas à incapacidade de absorção adequada de cálcio incluem o formigamento de mãos e pés, espasmos musculares e anormalidade no ritmo cardíaco.

Uma das principais causas do desenvolvimento da osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças é a deficiência de vitamina D no organismo, seja por falta de oferta em uma dieta adequada ou por deficiência em sua absorção e metabolização. Além disso, outras possíveis causas são:

  • baixa exposição aos raios solares (auxilia na sintetização da vitamina);
  • cirurgias bariátricas ou outras cirurgias de estômago e intestino;
  • uso de medicamentos para convulsão (fenobarbital e fenitoína);
  • insuficiência renal;
  • doença no fígado;
  • má absorção intestinal;
  • fibrose cística;
  • alguns tipos de câncer.

Osteogênese Imperfeita

A osteogênese imperfeita é uma doença reumática que afeta os ossos, provocando encurvamentos e desvios na coluna. É causada por mutações em genes responsáveis pela produção de colágeno.

Entretanto, existem casos em que foi possível constatar que alguns pacientes diagnosticados com a osteogênese imperfeita, não apresentaram nenhum tipo de mutação nestes genes, sendo ainda desconhecida sua causa. São casos como a osteogênese imperfeita com formação de calos hipertróficos, com pseudoglioma, ou rizomélica.

O que determina a fragilidade óssea é a presença de proteína estrutural anormal e, com isso, a doença causa fraturas diante dos menores traumas, assim como deformidades nos ossos. 

Pessoas com osteogênese imperfeita podem desenvolver formas variadas da doença, desde fraturas graves e letais ainda no útero materno, até rupturas que podem acontecer somente na adolescência e vida adulta do indivíduo. Outras manifestações da doença são:

  • comprometimento da estatura;
  • desvios na coluna;
  • escleras azuis, ou seja, a parte branca dos olhos se torna azulada;
  • frouxidão nos ligamentos;
  • ossos sensíveis ao toque;
  • alterações na arcada dentária, assim como a presença de dentes frágeis;
  • perda de audição;
  • escoliose;
  • deformidade no crânio.

Ainda que seja uma condição genética, indivíduos com a osteogênese também devem cuidar da saúde óssea, diminuindo os prejuízos da doença no organismo.A osteogênese é dividida em 4 tipos, e sua classificação é feita de acordo com as manifestações clínicas apresentadas. Acompanhe a seguir, como a doença se manifesta em cada um dos tipos classificados. 

Osteogênese imperfeita tipo I

Entre os tipos classificados, este é o mais moderado da doença, em que o indivíduo apresenta pouca incidência de deformidades e fraturas. Aqui, o corpo do portador produz colágeno, no entanto, em quantidades insuficientes, resultando em ossos e dentes frágeis. 

Osteogênese imperfeita tipo II

No tipo II, a osteogênese imperfeita se torna fatal no período perinatal, visto que pode causar diversas fraturas antes e também após o parto, além de formar graves deformidades. Esta é classificada como o tipo mais grave. 

O corpo além de não produzir colágeno em quantidade suficiente, apresenta-o de má qualidade. Por isso, recém-nascidos com o tipo II da doença podem ter costelas quebradas, tórax estreito e pulmões subdesenvolvidos, motivos que causam a morte do bebê antes ou logo após o nascimento.

Osteogênese imperfeita tipo III

Também de forma grave, o tipo III da doença causa baixa estatura, face triangular, problemas no desenvolvimento dentário, além de fraturas e deformidades ósseas. Aqui, é produzido pelo corpo uma quantidade suficiente de colágeno, no entanto, de má qualidade. Os ossos começam a se quebrar ainda no útero da mãe e vão piorando de acordo com o desenvolvimento da criança.

Osteogênese imperfeita tipo IV

Neste caso, a pessoa costuma apresentar uma forma variável da doença, com sintomas que variam de leves a graves. Assim como no tipo III, o corpo é capaz de produzir colágeno suficiente, entretanto, de qualidade ruim. Normalmente, crianças com a osteogênese imperfeita tipo IV nascem com membros arqueados, e essa curvatura pode diminuir de acordo com a idade.

A infância é o período de maior importância quando falamos sobre saúde óssea, afinal, é nessa idade que as estruturas estão em desenvolvimento. Contudo, cuidar dos ossos é fundamental em todos os períodos da vida. Assim, é possível evitar doenças e condições que prejudiquem a saúde e qualidade de vida na terceira idade devido a processos infecciosos e desmineralização.

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