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A prevalência da alergia alimentar e sua mudança de uma região para outra

Conforme o estudo publicado no periódico Clinical Pediatrics, crianças que moram em áreas urbanas apresentam maior risco para o desenvolvimento de alergia alimentar em comparação a crianças que habitam em áreas rurais. O levantamento apontou que, enquanto 9,8% das crianças em centros urbanos têm alergia a alimentos, somente 6,2% das que moram em área rural sofrem com o problema.

Além disso, crianças que moram em grandes centros são as mais prejudicadas, com duas vezes mais riscos para o desenvolvimento da alergia. A seguir, você vai entender um pouco mais como a prevalência da alergia alimentar pode mudar conforme regiões, países, e outros fatores.

O que é alergia alimentar?

Antes de saber mais sobre a prevalência dessa condição, é importante entender o que é a alergia alimentar. Essa manifestação tem como característica uma reação a determinado alimento. Assim, envolve um mecanismo imunológico com variável apresentação clínica em sintomas que podem estar presentes na pele, sistema respiratório e sistema gastrointestinal.

As reações podem variar sua intensidade. Uma alergia alimentar leve pode apresentar manifestações como coceiras nos lábios e olhos, enquanto sintomas graves podem comprometer vários órgãos no resultado exagerado do organismo à substância presente no alimento. Os principais fatores de risco para a alergia incluem o histórico familiar, asma, histórico de alergia, idade e outras doenças relacionadas.

Quando não se conhece previamente a alergia alimentar, ou seja, os sinais e sintomas só aparecem na idade adulta, a reação pode ser confundida com a intolerância alimentar, situação que não envolve resposta do sistema imunológico, sendo mais comum e menos grave. São muitos os alimentos com potencial para causar alergia alimentar. No entanto, os mais envolvidos em quadros alérgicos são o leite de vaca, ovos, soja, trigo, peixes e crustáceos.

Além disso, existe a possibilidade das reações por contaminação cruzada. Nesse caso, quem apresenta sensibilidade ao amendoim, por exemplo, pode se estender a outros grãos, como soja, feijão e ervilha. Outra causa da alergia alimentar é a reação adversa a conservantes, corantes e outros aditivos alimentares. Entre os agentes mais comuns nesse grupo está o corante tartrazina, usado em sucos em pó, balas e gelatinas. 

Como a prevalência da alergia alimentar muda de uma região para outra?

A prevalência da alergia alimentar pode estar associada ao histórico alimentar, mudanças no estilo de vida, novos hábitos alimentares da população, entre outros. Sabe-se também que a alergia tem implicações significativas que envolvem restrições alimentares, sociais e altos níveis de ansiedade, resultando em consequências diretas para o sistema imunológico. 

A prevalência da alergia alimentar ao redor do mundo apresenta dados conflitantes e variados, que tem como relação a idade e características populacionais, como hábitos alimentares, cultura, clima, métodos diagnósticos, regiões geográficas, entre outros. Mais comum entre crianças, a alergia aos alimentos teve aumento nas últimas décadas.

Nos Estados Unidos, o estudo populacional realizado a partir de registros médicos eletrônicos integrados do Partners HealthCare, em Boston (EUA), constatou reações potencialmente mediadas por IgE e anafiláticas entre 27 milhões de pacientes. Os principais alérgenos identificados foram frutos do mar, fruta ou vegetal, leite e derivados e amendoim.

Já na Europa, uma revisão  sistemática seguida sobre alergia em todas as idades verificou as maiores taxas também entre crianças. Entre os alimentos identificados como responsáveis pelas reações, estavam leite de vaca, trigo, ovo, peixe, frutos do mar, castanhas e amendoim. No entanto, quando foi empregado o teste de provocação oral como critério para diagnóstico, os índices mudaram para a seguinte ordem: leite de vaca, castanhas, soja, amendoim, trigo, peixe e frutos do mar. 

Dados da alergia alimentar no Brasil

Por sua vez, no Brasil, os dados sobre a prevalência de alergia alimentar são escassos, limitando-se a grupos populacionais. Desse modo, dificulta-se uma avaliação confiável. Estudos conduzidos por gastroenterologistas pediátricos apontaram a maior incidência de alergia alimentar relacionada às proteínas do leite de vaca.

Embora mais de 170 alimentos sejam reconhecidos como potencialmente alergênicos, uma pequena parcela entre eles é responsabilizada pela maioria das reações que ocorrem. A sensibilização a esses alérgenos comuns é variável segundo a idade dos pacientes e a região em que habitam

Durante a infância, enquanto os alimentos mais responsabilizados pela alergia aos alimentos são leite de vaca, ovo, trigo e soja, menos de 10% dos casos persistem até a vida adulta. Isso porque, entre os adultos, os alimentos mais identificados são amendoim, castanhas, peixe e frutos do mar.

Considerando que a alergia alimentar também relaciona-se à falta de introdução de alimentos considerados alérgenos durante a janela imunológica, entre 6 meses e 2 anos de idade, a prevalência dessa condição pode mudar significativamente de uma região para outra. Contudo, os dados ainda não são totalmente esclarecedores no Brasil, exigindo maior atenção para essa reação que pode causar complicações graves, como a morte. 

Quer continuar mantendo-se informado sobre esse assunto? Então, confira também 20 sintomas da alergia alimentar!