Considera-se atualmente a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) como a principal abordagem terapêutica para o alívio dos sintomas da menopausa. Ainda assim, muitos estudos sugerem uma possível associação da reposição hormonal com o risco aumentado para doenças cardiovasculares e cânceres mamários.
No entanto, análises e investigações recentes apontaram benefícios no tratamento em mulheres que atendem a critérios específicos. Desse modo, é necessário equilibrar as vantagens e possíveis riscos, ação restrita ao médico. A seguir, entenda mais sobre os benefícios da reposição hormonal para a saúde e a importância do acompanhamento profissional.
O que é reposição hormonal e quando ela é necessária?
Para entender o que é reposição hormonal e seus benefícios, é importante saber mais sobre sua necessidade. A menopausa corresponde a última menstruação da mulher e geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos. Considera-se menopausa precoce quando a mulher entra nessa fase com 45 anos ou menos.
A produção de estrogênio e progesterona, hormônios que controlam a ovulação, diminui significativamente no corpo da mulher a partir desse período. Assim, uma série de manifestações temporárias ocorrem no organismo devido a falta desses hormônios. Entre eles, estão fogachos ou ondas de calor, dificuldades de raciocínio, dor em relações sexuais, perda da libido, secura vaginal, desânimo, mudanças de humor, insônia e quadro depressivo. Visto que tais sintomas são resultado da diminuição do estrogênio, a reposição hormonal tem como ação o alívio dessas manifestações ao elevar os níveis do hormônio. Essa terapia é adotada somente durante esse período.
A reposição hormonal traz benefícios à saúde?
Estudos recentes, como o publicado no periódico Menopause, avaliaram a terapia hormonal na menopausa e em mulheres acima dos 65 anos, verificando suas consequências à saúde. A análise registrou medicamentos que foram prescritos e atendimentos de 10 milhões de mulheres na menopausa, entre 2007 e 2020.
Assim, examinou-se os efeitos de diferentes preparações da terapia de reposição hormonal na mortalidade por todas as causas, tipos de câncer, doenças cardiovasculares e demência. Como resultado, constatou-se que o uso exclusivo da terapia hormonal com estrogênio foi associado a redução significativa de risco na mortalidade para:
- câncer de mama (16%);
- câncer de pulmão (13%);
- câncer colorretal (12%);
- insuficiência cardíaca congestiva (5%);
- tromboembolismo venoso (3%);
- fibrilação atrial (4%);
- infarto agudo do miocárdio (11%);
- demência (2%).
Por sua vez, quando o estrogênio é combinado com a progesterona na reposição hormonal, verificou-se o aumento do risco de câncer de mama (10% a 19%). Entretanto, a associação com progesterona indicou a redução de risco significativas no câncer endometrial (45%) e câncer de ovário (21%).
O estudo indica que, diferente do que se acreditava há alguns anos, a reposição hormonal pode contribuir com benefícios além da diminuição dos sintomas da menopausa. No entanto, a personalização do tratamento, especialmente para mulheres idosas, é fundamental, visto que o risco pode variar conforme os tipos de hormônio, vias de administração e dosagem. Essa informação ressalta a importância do acompanhamento médico para a reposição.
O tratamento pode apresentar riscos?
Devemos enfatizar que, para os especialistas, a reposição hormonal apresenta mais benefícios do que malefícios. Ainda assim, é necessário conhecer os riscos associados à terapia hormonal. Alguns tipos de reposição associam-se ao risco ligeiramente aumentado para cânceres de endométrio e de mamas. Contudo, a Sociedade Britânica da Menopausa afirma que no câncer de mama, a terapia apresenta menos riscos do que a obesidade, ou mesmo o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Além disso, o risco diminui gradativamente após a interrupção do medicamento. Outro risco apontado comumente em estudos é para o surgimento de coágulos relacionados à reposição hormonal. Entretanto, do mesmo modo, tal risco também relaciona-se com outras variáveis, como idade, peso e tabagismo. Ainda assim, o risco de desenvolver coágulos após o uso de hormônios é inferior ao de uma mulher gestante ou em uso de anticoncepcional.
Qual a alternativa para casos como esse?
Considerando que em mulheres com risco aumentado a reposição possa ser contra-indicada, existem outras formas de melhorar os sintomas da menopausa. Entre as alternativas que podem ser orientadas pelo médico estão a prática de exercícios físicos, contribuindo para melhorar o sono, o humor e as sensações de calor.
Além disso, uma dieta equilibrada é indispensável, com alimentos balanceados e saudáveis e a diminuição de ultraprocessados, cafeína, álcool e a interrupção do tabagismo. Em alguns casos, é possível considerar medicamentos alternativos, como a tibolona ou antidepressivos.
A decisão de prescrever a terapia de reposição hormonal deve ocorrer de forma individualizada, após consulta e exames com um especialista. Dessa forma, alinhado às necessidades da mulher, o endocrinologista poderá indicar o tratamento adequado, evitando riscos e efeitos colaterais.
Clínica Croce de Endocrinologia
Ao perceber sintomas como os da menopausa, é importante buscar auxílio para avaliar a melhor forma de tratamento, considerando a terapia de reposição hormonal. No segmento endocrinológico, contamos em nossa equipe com a Prof. Dra. Marise Lazaretti Castro, Chefe do Grupo de Doenças Osteometabólicas da UNIFESP e diretora da Clínica Croce, e com a Dra. Vanessa Radonsky, pediatra e endocrinologista pediatra pelo Instituto da Criança da USP, é especialista da Croce.
Ainda, como diversas doenças endocrinológicas são também patologias raras e, portanto, de difícil diagnóstico, no corpo médico da Clínica Croce contamos com o Dr. Leonardo Oliveira Mendonça, alergista, imunologista que é especialista em doenças raras e poderá dar suporte no tratamento se necessário. Além de uma equipe altamente competente, formada por especialistas da USP e da UNIFESP, que propõem um atendimento humanizado e personalizado para cada cliente, a Clínica Croce conta com equipamentos e tratamentos inovadores.
E então, quer saber mais sobre a terapia de reposição hormonal e outros tratamentos para a menopausa? Entre em contato com a Clínica Croce e inicie seu atendimento!