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Sintomas de espondilite anquilosante: conheça os principais!

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Caracterizada por uma inflamação autoimune, os sintomas de espondilite anquilosante envolvem dores nas costas e quadris, principalmente durante repouso. Essa doença reumatológica tem incidência maior em pessoas entre 20 e 40 anos, principalmente em homens. Apesar de não apresentar causas totalmente claras, a espondilite anquilosante está ligada a fatores genéticos.

Alguns dos sintomas de espondilite anquilosante são as fortes dores na coluna, prejudicando não só o bem-estar do portador, mas também sua produtividade. Além disso, pode causar a calcificação da região afetada, comprometendo de forma permanente a mobilidade da pessoa quando não tratada. 

Por isso, é fundamental conhecer os sinais e sintomas, contribuindo para a busca por um especialista precocemente, ajudando no tratamento e evitando o comprometimento na saúde e qualidade de vida. A seguir, confira tudo o que você precisa saber sobre a espondilite anquilosante.

O que é espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante é doença reumática, autoimune, sistêmica, inflamatória e crônica, pertencente a classe de doenças chamadas espondiloartrites soronegativas, que inclui a artrite psoriásica, artrite reativa e artrite enteropática. 

A palavra espondilite tem como significado inflamação da coluna, e anquilosante representa a fusão de dois ossos em um só. A patologia afeta tecidos conjuntivos, e caracteriza-se pela inflamação de articulações da coluna, tornando-a mais rígida e dificultando a flexibilidade.

Além disso, a espondilite acomete grandes articulações, como: quadris, ombros e outras regiões. 

Por ser uma doença autoimune, a espondilite anquilosante tem como causa uma deficiência no sistema imunológico, que leva o organismo a atacar suas próprias células e tecidos saudáveis do corpo, como se fossem estranhos. 

A causa desse comportamento ainda não é conhecida. Contudo, em momentos de crise, o sistema imunológico acaba atacando a coluna e articulações, enrijecendo os ligamentos da coluna, ao fundir os ossos.​ 

Ainda que não exista cura para a doença, é muito importante que a espondilite anquilosante seja diagnosticada e tratada de forma precoce. Dessa forma, é possível estacionar a progressão da doença, mantendo a mobilidade nas articulações acometidas, e evitando danos maiores que podem resultar em graves sequelas. Além disso, o diagnóstico precoce reduz riscos e outros problemas que podem estar relacionados, como doenças cardiovasculares.

Quais os principais sintomas de espondilite anquilosante?

Os sintomas de espondilite anquilosante podem variar muito entre as pessoas acometidas pela doença. Embora os sintomas comecem a aparecer no fim da adolescência ou início da idade adulta, também podem se manifestar em crianças ou tardiamente, em adultos mais velhos. Conheça os principais sintomas de espondilite anquilosante:

  • dor e rigidez na lombar, parte inferior das costas;
  • dores no quadril que podem afetar até a parte de trás das coxas;
  • dor na sola dos pés, principalmente ao se levantar pela manhã;
  • dor no peito, causada pela inflamação das articulações entre costelas;
  • inflamação dos olhos, chamada de uveíte. Essa condição acompanha cerca de 1/3 das pessoas que apresentam sintomas de espondilite anquilosante, sendo caracterizada por dor nos olhos, visão embaçada e sensibilidade à luz.

De forma geral, a dor é incômoda e espalhada na espondilite anquilosante, não apresentando um ponto específico. É mais frequente pela manhã e após períodos de repouso, melhorando de atividades físicas. É comum que essas pessoas apresentem sensação de exaustão e cansaço extremo, além de dores também em região de ombros, tornozelos, cotovelos, joelhos, calcanhares, e outras regiões articulares. 

Além disso, a espondilite pode estar associada também a outras condições, como a fibromialgia, aumentando a frequência e intensidade das dores. Do mesmo modo, sintomas intestinais podem estar presentes, como dores abdominais que ocorrem devido à inflamação intestinal, que pode estar associada à doença de Crohn ou à colite ulcerativa. Lesões na pele também podem estar associadas, como a psoríase, por exemplo.

Quais as causas da doença?

A Espondilite Anquilosante acontece quando o sistema imunológico do corpo provoca o ataque de suas próprias articulações, no entanto, as razões ainda não são compreendidas. Normalmente, os primeiros alvos desse ataque são as articulações entre os ossos da coluna e o quadril, também chamadas de articulações sacroilíacas.

Esses ataques causam inflamações na região da coluna. Por isso, o corpo busca uma regeneração, criando mais ossos no local onde as articulações foram atacadas. Esse processo de inflamação e regeneração óssea do corpo costuma ser ideal para curar pequenas lesões, como torções provocadas nos pulsos e tornozelos. 

Entretanto, no caso da espondilite anquilosante, esse processo de regeneração é desfavorável, pois causa o crescimento de ossos onde não deveria, ou seja, na região de articulações, provocando a junção dos ossos. 

Quando esse quadro não é tratado, os ossos da coluna e quadril podem ser completamente unidos, causando grande dor e enrijecimento do corpo, além de deformidades ou dificuldade para caminhar.

​Assim como outras doenças, especialistas acreditam que exista influência genética no desenvolvimento da espondilite anquilosante. Isso porque muitos portadores da doença apresentam um gene chamado HLA-B27. Contudo, possuir o gene HLA-B27 não garante que o indivíduo desenvolverá a espondilite. O gene apresenta apenas maior propensão para o desenvolvimento da patologia.

Como é o diagnóstico da espondilite anquilosante?

Como muitas outras doenças, principalmente as autoimunes, a espondilite anquilosante deve ser diagnosticada precocemente por um especialista, melhorando não só a qualidade de vida da pessoa, como também aumentando as chances de diminuir complicações e sequelas ao realizar um tratamento adequado.

O diagnóstico é normalmente baseado no histórico do paciente, junto aos sintomas descritos por ele e o resultado dos exames físicos realizados pelo médico. Durante esse exame, o reumatologista, responsável pelo tratamento de doenças como a espondilite, examina as costas do paciente, em busca de espasmos musculares, avaliando a postura e mobilidade, e examinando também outras regiões do corpo.

Com todas essas informações em mãos, o profissional solicita exames de sangue, exames de imagem das articulações sacroilíacas, da coluna e das juntas afetadas, como raios-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. 

As alterações características da espondilite anquilosante costumam ser encontradas nas juntas sacroilíacas, entretanto, tais alterações também podem levar alguns anos para se desenvolver, não estando presentes durante a primeira consulta. 

Por esse motivo, o médico vai avaliar o paciente com relação à anemia e aos testes da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) e proteína C Reativa (PCR). Esses exames são capazes de informar ao profissional quão ativa a doença está naquele momento. O diagnóstico da espondilite anquilosante é baseado no histórico médico, histórico familiar, padrão dos sintomas e em radiografias da coluna, pelve e articulações afetadas. 

De modo geral, os exames de imagem podem mostrar um desgaste da articulação entre a coluna e o osso do quadril, assim como a formação de pontes ósseas entre as vértebras, fatores que tornam a coluna rígida. 

Em alguns pacientes, essa formação óssea só pode ser detectada por meio de ressonância magnética da pelve e coluna. O especialista também pode utilizar para o diagnóstico um conjunto de critérios definidos, contudo, tais critérios podem sofrer alterações. 

Por exemplo, os seguintes critérios são comumente aplicados a pessoas com menos de 45 anos e que apresentam dores nas costas por mais de três meses. Esses critérios ainda contam com duas partes: exames de imagem e exames de sangue e clínicos, como vimos anteriormente. Nos exames de imagem, o indivíduo deve apresentar a ponte óssea confirmada e pelo menos uma das características da lista abaixo. Os critérios clínicos envolvem a presença do gene HLA-B27 e, pelo menos, duas das características na lista abaixo:

  • inchaço de todo o dedo da mão ou do pé;
  • histórico familiar de espondilite;
  • histórico de dores inflamatórias na lombar;
  • artrite;
  • inflamação dolorosa do calcanhar;
  • inflamação ocular;
  • psoríase;
  • doença inflamatória intestinal;
  • alto nível de proteína C-reativa;
  • alívio da dor e inflamação com uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

A importância do diagnóstico precoce

Mesmo que o diagnóstico precoce contribua para o tratamento adequado e melhor da qualidade de vida, muitas pessoas são diagnosticadas somente após meses ou anos do início dos sintomas. Isso porque ainda não há um teste diagnóstico específico que seja solicitado para as dores na coluna, fazendo com que o indivíduo confunda com dores musculares ou por esforço. 

Contudo, os sintomas do paciente, diferentes das dores comuns nessa região, devem ser valorizados, de modo a levar o indivíduo a procurar um especialista assim que começar a senti-los. 

O gene HLA-B27 presente no organismo não é suficiente para determinar o diagnóstico, mesmo que ajude em determinados casos, afinal, cerca de 90% dos pacientes com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos. 

Por se tratar de um exame caro e de difícil acesso, são atualmente considerados exames de sangue e imagem, associados ao histórico e exame clínico do paciente. Quando o diagnóstico é realizado de forma precoce, o tratamento permite que a pessoa tenha o controle das dores, assim como a estabilização da doença, impedindo que seu avanço aconteça rapidamente e apresentando bem-estar e qualidade de vida da forma possível.

Como é o tratamento?

A espondilite anquilosante é uma doença que não tem cura. Mesmo que costume ser menos ativa com o avanço da idade, é importante que o portador entenda que eu tratamento será realizado por toda vida.

Por isso, o objetivo do processo terapêutico é controlar a doença, aliviar os sintomas de dor e diminuir o risco de deformidades. Dessa forma, é possível melhorar a mobilidade da coluna uma vez rígida e permitir ao paciente ter uma vida normal. 

Para que isso aconteça, é necessário recorrer ao uso de medicamentos e a sessões de fisioterapia para correção postural, assim como exercícios adaptados a cada quadro. Além disso, quando houver necessidade, é indicada a cirurgia para substituição da articulação do quadril. 

Entre os medicamentos mais prescritos pelos especialistas para tratar a espondilite anquilosante estão os anti-inflamatórios não-esteroides, relaxantes musculares, para alívio da rigidez, e os analgésicos. 

Quando o organismo não apresenta resposta, recorre-se aos medicamentos modificadores da doença ou biológicos, de acordo com a manifestação da doença. O acompanhamento fisioterápico é essencial para que o paciente mantenha uma rotina de exercícios posturais e respiratórios, fortalecendo os músculos e favorecendo a mobilidade das articulações. Portanto, as atividades físicas se tornam fundamentais no tratamento da espondilite anquilosante, e devem ser guiadas por um fisioterapeuta, evitando exercícios que possam prejudicar a recuperação.

Além disso, também faz parte do tratamento cuidar da saúde e da postura, evitando o sobrepeso e o cansaço devido a longos períodos de trabalho. Desse modo, para que o tratamento seja adequado e eficaz, é importante que o paciente obedeça os seguintes critérios:

  • cuidar da saúde em geral;
  • manter uma dieta equilibrada;
  • realizar atividades físicas que visem a manutenção da postura e mobilidade das articulações afetadas;
  • manter a postura correta durante o trabalho, lazer e mesmo durante o sono;
  • consultar um especialista sempre que houver a necessidade de troca de medicamentos para alívio da dor na fase aguda.

Tratamento medicamentoso convencional

Entre as alternativas usadas para o tratamento da espondilite anquilosante, o tratamento medicamentoso convencional inclui o uso de analgésicos para aliviar a dor, assim como anti-inflamatórios e relaxantes musculares que ajudam na inflamação, essenciais para o tratamento, especialmente na fase aguda. 

Existem vários medicamentos capazes de reduzir a dor, permitindo ao paciente uma boa noite de sono e ajudando a seguir sua rotina de exercícios. Algumas medicações mais novas foram desenvolvidas para auxiliar durante a noite e durante a primeira parte do dia. 

Quando não apresentam o efeito esperado, os modificadores da evolução da doença, como a sulfasalazina, podem ser utilizados. De acordo com alguns estudos, o uso contínuo de anti-inflamatórios não-hormonais é capaz de diminuir a progressão da espondilite anquilosante. Por esse motivo, também são considerados modificadores da doença. 

Quando a fase aguda é superada, uma parte dos pacientes não necessita de medicamentos, desde que a rotina de exercícios seja incorporada no tratamento. Dessa forma, os remédios são utilizados somente quando houver sintomas. Contudo, em alguns casos, o tratamento medicamentoso deve ser contínuo, com ajuste das doses sempre que necessário.

Terapias biológicas

Para pacientes em que o tratamento convencional não respondeu de forma positiva, as terapias biológicas representam um significativo avanço. Elas consistem em injeções subcutâneas ou intravenosas de medicações usadas para o combate à dor, inflamação e as alterações da imunidade. 

Os medicamentos são desenvolvidos à base de anticorpos monoclonais, proteínas de fusão celular, anti-interleucinas e bloqueadores da coestimulação do linfócito T. Essas substâncias podem causar a inativação precisa e segura de determinados alvos constituídos por células, citocinas e mediadores imunes que estão presentes de forma anormal no organismo de pacientes com espondilite anquilosante.

Acupuntura

A acupuntura é outra alternativa usada para diminuir os sintomas de espondilite anquilosante. Ainda que não existam provas de sua eficácia ligada diretamente a essa doença, a prática contribui para o alívio da dor crônica, apresentando bons resultados.

Atividades físicas

A prática de atividades físicas é fundamental para pacientes com espondilite anquilosante. Essa é uma forma de melhorar a postura, alongar e fortalecer a musculatura das costas e permitir a movimentação ampliada de articulações, como ombros e quadris. 

Os exercícios são importantes para a saúde em geral, mantendo essas regiões funcionando de maneira adequada, e protegendo-as por meio do fortalecimento. Quando não realizada, os movimentos são reduzidos, e a musculatura enfraquecida, causando complicações que podem afetar o bem-estar e qualidade de vida do paciente.

Fisioterapia

Boa parte dos portadores de espondilite anquilosante deverão fazer tratamento associado à fisioterapia em algum momento. As sessões consistem em uma rotina de exercícios que devem ser praticados diariamente, sendo baseados nas necessidades individuais.

Por meio da fisioterapia, a pessoa pode ter uma considerável melhora ao longo prazo, realizando alongamentos e exercícios corretos, que contribuam para reduzir a rigidez nas costas, especialmente no período da manhã.

Alternativas caseiras

Algumas alternativas caseiras podem ser usadas para aliviar a dor e rigidez durante o período inflamatório. Entre elas, estão banhos quentes, compressas com bolsa de água quente, ou cobertores elétricos para produção de calor.

Cirurgia

Por fim, a cirurgia também pode fazer parte do tratamento da espondilite anquilosante. No entanto, essa medida é realizada somente em casos extremos, quando é necessário restaurar movimentos articulares do quadril que foram danificados. 

Ao apresentar os sintomas de espondilite anquilosante é possível melhorar a atenção da população sobre eles, contribuindo para que a busca por um especialista seja realizada e aumentando as chances do início de tratamento precoce. Dessa forma, o paciente pode ter sua saúde restaurada, diminuindo dores e tratando complicações que poderiam se tornar sequelas quando não assistidas.

Gostou deste conteúdo? Então, saiba um pouco mais sobre o especialista indicado para tratar a espondilite anquilosante. Veja quando procurar um reumatologista